sexta-feira, 28 de julho de 2017
Pólen de poesia
Aguardo ansioso
o eclodir da próxima Primavera
À espera que as plantas desabrochem
para também eu espalhar poemas no ar
deixando que os meus versos
se diluam nas gotas do orvalho matinal
e se transformem em grãos de pólen
que levados pela brisa primaveril
nos bicos das aves
e nas patas das abelhas
penetrem nos gineceus das flores
e as engravidem
E assim a Primavera
quando florir o mês de Abril
terá a cor
a luz
o som
o sabor do amor juvenil
e a alegria
da minha própria poesia
terça-feira, 25 de julho de 2017
Lamúrias de amor da sibila Dores Roha
Apenas tu
ser amado
não
duvido
tens
a ver com a felicidade
que
vivo a teu lado
Se
me assalta a angústia da separação
qual
vento desalmado
te
digo do fundo do coração
o
sofrimento que adviria
nada
teria a ver contigo
Porque
ninguém ama por obrigação
ou
continua a amar
por
gratidão
Depende
de mim continuar a apertar as tuas mãos
e
de ti continuar a beijar
com
teus lábios os meus
mas
é no amar e desamar
que
mais dependemos de Deus
Não
deixaria de te amar
nem
que te afastasses de mim
ainda
que o amor fosse então
uma
saudade sem fim
in Códice
da Pátria Luanca (Ver o Verso Edições, 2006)
terça-feira, 11 de julho de 2017
Fim do infinito, termo da eternidade
O
Absoluto é atributo de Deus
e
instituto dos anjos
No qual
crentes e ateus
infinito
e eternidade
dúvida e
verdade
se irão
consumar
Por isso não
tem sentido a eternidade
por não
haver relógio para contar o tempo
sem
cessar
Nem tem
sentido o infinito
por não
haver régua para medir o comprimento
sem se
esgotar
Por isso
pode o início do tempo
e o
princípio do espaço
o homem
sincronizar
jamais seu
fim e seu termo determinar
Por isso o
fim da dúvida é o princípio da verdade
e o fim
da dor o começo da felicidade
E tudo se
reduz ao amor
fim do
infinito
e termo
da eternidade
sexta-feira, 7 de julho de 2017
Lugares recônditos da minha alma
Há lugares
recônditos
da minha alma
aonde
eu próprio
raras vezes vou
Apenas quando sou assediado
por algum evento inusitado
São aposentos reservados
onde não sopra o vento
nem se faz sentir a fúria do mar
ou as tempestades do viver comum
Ali me refugio
me protejo
e me liberto
em ambiente de espiritualidade
Tranco portas e janelas
tapo os ouvidos aos ruídos da rua
apenas deixo acesa uma luz
suave como a da Lua
e por ali fico na obscuridade
de alma distendida
até me acalmar
São lugares recônditos da minha alma
túneis
labirintos
horizontes de espiritualidade
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 12 de Novembro de
2010
Henrique António Pedro
Subscrever:
Mensagens (Atom)