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domingo, 21 de outubro de 2012

SÓ A TUA PRESENÇA FARÁ QUE EU DE TI ME ESQUEÇA


Agora que partiste

e me deixaste afogado em saudade

 

Agora que não te tenho de verdade

ao pé de mim

tudo me fala de ti

e não deixa que eu te esqueça

 

Cada flor que sorri

cada ave que chilreia

cada criança que ri

as águas do rio que se precipitam fragorosas no açude

o sol que incendeia

a lua que se desnuda

e julga que com o luar me ilude

 

Tudo martela o teu nome nos meus ouvidos

aviva a sua lembrança na minha mente

e rasga o afecto que te vota o meu coração demente

e que reparte por todos os sentidos

 

Se a fome me desperta

se o cansaço me toma

se me assalta o desejo

é em ti que penso

 

Como poderei esquecer-te se tudo em meu redor

dentro de mim grita por ti?

 

Acaso posso abafar o vento

silenciar as aves

calar as crianças

apagar as estrelas

secar as flores

matar a saudade que me consome por dentro?

 

Volta!

regressa

se pretendes que eu de ti me esqueça

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 3 de Abril de 2009

Henrique António Pedro

 

Leia mais no link seguinte:

 

https://henriquepedro.blogspot.com/2024/07/so-tua-presenca-fara-eu-que-te-esqueca.html

 

2 comentários:

  1. Você concorda com o poeta latino Propércio, que escrevia "A ausência torna o coração mais amante"
    ... de que deriva, como consequência lógica, que "Só a tua presença me fará esquecer de ti".
    Gostei muito do seu delicado poema.
    Abraço, Manuela

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    Respostas
    1. Longos anos volvidos aprecio o seu comentário e agradeço, distinta Manuela. A poesia tem destas demências. Obrigado. Saúde e alegria.

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