Agora
que partiste
e me
deixaste afogado em saudade
Agora
que não te tenho de verdade
ao
pé de mim
tudo
me fala de ti
e
não deixa que eu te esqueça
Cada
flor que sorri
cada
ave que chilreia
cada
criança que ri
as
águas do rio que se precipitam fragorosas no açude
o
sol que incendeia
a
lua que se desnuda
e
julga que com o luar me ilude
Tudo
martela o teu nome nos meus ouvidos
aviva
a sua lembrança na minha mente
e rasga
o afecto que te vota o meu coração demente
e
que reparte por todos os sentidos
Se a
fome me desperta
se o
cansaço me toma
se
me assalta o desejo
é em
ti que penso
Como
poderei esquecer-te se tudo em meu redor
dentro
de mim grita por ti?
Acaso
posso abafar o vento
silenciar
as aves
calar
as crianças
apagar
as estrelas
secar
as flores
matar
a saudade que me consome por dentro?
Volta!
regressa
se
pretendes que eu de ti me esqueça
Vale
de Salgueiro, sexta-feira, 3 de Abril de 2009
Henrique
António Pedro
Leia
mais no link seguinte:
https://henriquepedro.blogspot.com/2024/07/so-tua-presenca-fara-eu-que-te-esqueca.html
Você concorda com o poeta latino Propércio, que escrevia "A ausência torna o coração mais amante"
ResponderEliminar... de que deriva, como consequência lógica, que "Só a tua presença me fará esquecer de ti".
Gostei muito do seu delicado poema.
Abraço, Manuela
Longos anos volvidos aprecio o seu comentário e agradeço, distinta Manuela. A poesia tem destas demências. Obrigado. Saúde e alegria.
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