Quereria
ser eu a ler os meus poemas
uma só
vez que fosse
se tal
possível fosse
para
melhor sentir o travo agridoce
de não
ter escrito o que queria
escrever
Abrir
o livro
ou a
página da internet
e
deparar com eles sem os conhecer
Sentir
o efeito de surpresa
melhor
avaliar o seu peso
e a
sua leveza
a sua
verdade
e
originalidade
e
poder rever-me neles
com se
num espelho me reflectisse
ou
numa fotografia me retratasse
Ou
talvez não
quem
sabe se com eles deparasse
sem os
conhecer
nem
sequer me desse
para
os ler
Pura
imaginação
aos
meu poemas sempre os escrevo
e
reescrevo
leio
e
releio
e
neles me enleio
com o
coração
Os
meus poemas são tudo que sou
ninguém
mais os poderá escrever
que
não eu
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