Uma
daquelas noites em que não dormia
porque
mais me apetecia
manter-me
desperto
em
prazerosa vigília
Uma
daquelas noites
mais
claras que o próprio dia
em que eu
não dormia
porque coisas
simples
prosaicas
me
despertavam
Naquela
noite fria
arejada
de brisas etéreas
claramente
percebia
que a minha
vista é insuficiente
incapaz
de ver para lá das estrelas
que
curtos são os meus ouvidos
que não
ouvem para lá do que me rodeia
apenas os
sons compatíveis
com a
frequência que nos tímpanos serpenteia
e tão
frágil é o meu pensamento
que
embora mais ágil que o vento
nunca me
traz certezas
Mergulho
no Firmamento
irisado
de cósmico albedo
límpido e
transparente
semeado
de estrelas
banhado
de luar irreal
cor de
esmeralda
Percebo a
sinfonia de fundo
o coaxar
das rãs
o relar
dos grilos
o latir
dos cães
o pio
esporádico de alguma ave nocturna
que
soturna me vem lembrar
que me
não devo deixar dormir
porque estou
ali para acordar
Assim se
vai abrindo dentro de mim
a noite
em dia
e de místico
luar
se me ilumina a alma
se me ilumina a alma
Por isso
não consigo dormir
até poder
ver
ouvir
e despertar
Bonito mesmo. Gostava de saber escrever assim nas minhas noites de insónia.
ResponderEliminarBeijinhos.
Dulce Cadavez