O vento arrasta a chuva por mim a dentro
em bátegas de impaciência
Mergulho numa aborrida dormência
Procuro sinónimos de mim e de Primavera
a mais bizarra sinonímia que posso imaginar
Sou um novelo de liberdade
em que me enredo e emaranho
quando apenas pretendia me libertar
Um emaranhado de amor
de tanto amar
Uma nuvem negra de angústia
uma borbulha de ansiedade
um cachão de raiva
um furúnculo de repulsa
um borboto de lixo
uma ampola de azia
um balão de demência
um poço de loucura
uma câmara de tortura
uma catedral vazia
Acordo
Havia adormecido
sem me ter apercebido
nem dar pelo tempo passar
já há sol a fulgir
lá fora
à minha espera
Sorrio
agora
dentro de mim
há um botão de flor a desabrochar
um poema acabado de florir ao romper da Primavera
Vale de Salgueiro, segunda-feira, 29 de Março de 2010
Henrique Pedro
Sublime versejar, Henrique Pedro! Obrigada por compartilhar! Vou pegar emprestado, posso? rs Vou postar em meu Blog. Abraços daqui do Brasil!
ResponderEliminarAgradeço a simpatia da sua visita e a generosidade das suas palavras, distinta amiga aparecida. Abraço fraterno.
EliminarHenrique, é a primeira vez que tenho o prazer de ler um poema seu, onde procurei, canalizar para dentro de mim, a força de cada palavra, só assim conseguindo sorver sensorialmente, a beleza de sua obra. Parabéns.
ResponderEliminarBom dia, Henrique.
ResponderEliminarDemais!!!
_ Sensibilidade ... criatividade e amizade ( íntima! ) com as palavras ! GOSTEI ! Abração, amigo.
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