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sexta-feira, 31 de março de 2017

Alguém me diz o que faço aqui?



Pergunto-me

desde que me conheço

e procuro-me

por toda a parte

 

Não sei quem sou

nem o que faço aqui

muito menos se me mereço

ou se alguém de si

igual tormento consigo comparte

 

Que missão é a minha?

Porque sina ando perdido

a mando de quem

amando e sofrendo sem tino

nem sentido?

 

Responde-me a Ciência com mil fórmulas

máquinas, computadores e televisões

a Filosofia com mil enigmas

a Religião com as melhores intenções

 

Não são essas respostas que eu espero

nem quero

mais ainda desespero

e se agravam os estigmas

 

Por isso com poesia eu lamento

esta vida angustiada

sem culpa formada

 

Na ideia de que me libertarei

anda que quando não sei

desta terrível cadeia

de desconhecimento

 

Vale de Salgueiro, domingo, 7 de Junho de 2009

Henrique António Pedro

 

3 comentários:

  1. Acho que enquanto estivermos aqui, não saberemos. Quem sabe, depois?

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  2. OI HENRIQUE!
    UMA INDAGAÇÃO QUE NOS " PEGA" EM ALGUNS MOMENTOS PORQUE, NA REALIDADE, ACHO QUE NÃO PARAMOS PARA NOS CONHECERMOS PROFUNDAMENTE.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  3. Olá, Henrique!

    Transmontano de raiz, alma e coração e "mais vale quebrar, que torcer", é a vossa máxima e que o diga Aquilino ou Torga.

    O seu poema, que está mto bem estruturado, é uma questão constante, que, provavelmente, todos colocamos, mas parece que não encontramos resposta, nem cabal, nem parcial.

    Amar vale sempre a pena, mesmo que termine o sentimento. Ficou, todavia, o consolo dos bons momentos.

    Como sou mulher de Letras e Humanidades, não entendo nada da Ciências, nem de fórmulas, nem de Informática. Sei o básico dos básicos e isso já me chega.

    As palavras têm uma enorme importância na vivência do individuo, pke, e como diz o poema, elas beijam-nos como se tivessem voz, boca ou ferem-nos, isto digo eu, como se fossem espadas.

    Ninguém se conhece bem, na realidade, e tanto assim k, por vezes, fazemos "coisas", que horas depois nos arrependemos e nem percebemos o motivo da nossa atuação. Enfim, é assim a vida, mas que viva a poesia.

    Um abraço e desejos de uma boa semana, soalheira, embora á noite, o frio aperte e aí, ainda mais, k em Lisboa, onde vivo.

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