Regurgito
golfadas de poemas
desejosos do
supremo sacrifício da poesia
apunhalado que
foi o meu coração
Tomo um punhado e
atiro-os ao ar
deixando que
seja o vento
a tresmalhá-los
em palavras
Raras
sobem como
estrelas
no céu
cintilando
noite adentro
Poucas
são levadas
pelos aves
delicadamente
nos bicos
para construir
os ninhos
e alimentar as
crias
Outras
são arrastadas pelos
rios
para o mar
terminam nas
redes dos pescadores
ou diluídas no
seio da tempestade
A maior parte
porém
são
estraçalhadas
pelas mandíbulas
ferozes dos políticos
Até que nas minhas
mãos vazias
apenas resta aflição
Este é um poema para ser lido e refletido em silêncio... Belíssimo, caro poeta! Bom final de semana!
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