um prodígio de beleza e candura
não tinha comparação
Chamava-se Virtudes
e não era por engano
porque era amorosa que nem uma rosa
de angelical formosura
e até a tocar piano
era virtuosa
Pinga amor, eu?
Não, não!
Mas, oh…com que ardor por ela me apaixonei
e com tanta elevação a amei
mesmo se admitir que mutuamente acabamos por nos possuir
como, de facto, aconteceu
Porque a rosa da Virtudes um dia me sorriu
e sabe-se lá porque razão a ideia de pecar floriu…
…no meu coração, que no dela…
primeiro terá ganho tal feição
Ainda hoje estou em crer
que o amor mais comum em toda a latitude
que mete beijos e abraços
e sexo
poderá também ter um nexo de virtude
de meiguice
e não ser apenas cega paixão
malandrice
desilusão
Isso aprendi com a Virtudes
com quem o acto de amor era um sonho
de demorados e etéreos espasmos
sem sombra de maldade
ou de imoralidade
Para lá do epílogo menos decoroso
composto de gritos de gozo
síncronos de orgasmos
Vale de Salgueiro, quarta-feira, 19 de Novembro de 2008
Henrique António Pedro
Um lindo poema de amor, lindas expressões poéticas, parabéns...
ResponderEliminarAgradeço a simpatia da visita e a generosidade das palavras. Abraço.
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