Na Praça Martim Moniz
(Do
meu baú de recordações)
Só me
não me perdi
por
um triz
Amei-a
eternamente
Mal
a vi
Nos
breves instantes
Em
que como ela
Esperava
o eléctrico
Na
Praça Martim Moniz
Os
seus olhos negros
Tolheram-me
por completo a visão
E porque
eram negros e brilhantes
Não
me deixaram ver nada mais
Foi
maquinalmente que para ela dirigi meus passos
E
percebi que também ela aguardou
Que
eu lhe dirigisse a palavra
Passavam
inúmeros eléctricos
Que
nos levavam aos sítios para onde íamos
Mas
nenhum de nós se importou
Nem
sentiu pressa em partir
Tolhido
eu pela luz negra
Dos
seus olhos negros
E pela
desenvoltura da sua trança
Presa,
ela, à minha expectativa
Em
que residia a sua esperança
Amámo-nos
eternamente
Naqueles
breves instantes
Até
que por fim
Ela
decidiu partir
Venci-me
Não
a segui
Ainda
assim
O
eléctrico que tomou
Deixava-me
a mim
Só
A
meio do caminho
Lisboa
(Martim Moniz), Outubro de 1970
Henrique
António Pedro
Gosto e aposto, que ainda agora gostaria de saber, tudo que veio a acontecer, à menina dos olhos negros ! Tal qual julgo, que o mesmo acontece com ela !!! - Coisa igual não, mas parecida sim, me aconteceu a mim ! Em Luanda, conheci a menina mais linda, que meus olhos já viram ! Para lá da rede do liceu estava ela, para o lado de cá estava eu ! Pelos buracos da rede nossas mãos se tocavam e nossas caras coravam ! Vim e não voltei, a onde a deixei ! ANO 1.965. Hoje ainda sorrio ao lembrar-me do sorriso e olhar dela !!! Feliz recordação onde a mágoa é imensidão !!!
ResponderEliminarA vida tem destas coisas, amigo Joarte.Felizmente existem poetas para lançar um brilho especial sobres estas vivências banais. Abraço.
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