Mil rostos tem a Hidra
mil cabeças e tentáculos
mil mandíbulas e garras
mil amarras da Razão
mil trágicos espectáculos
mil insanas ideias
mil sinistras teias da
globalização
simulacros da Verdade
eclipse da Humanidade
apocalipse da Criação
Abro as mãos em oração
liberto a mente de toda a
notícia malsã
amanso o meu coração
Deus existe
hoje como outrora e amanhã
apenas anda ausente
É satanás que no presente
comanda as nações
semeia a fome na Terra, a peste
e a guerra
o temor nos corações
e pela mão do próprio homem
com mil máquinas e maquinações
sacrifica a vida e os animais
e mais agrava as catástrofes
naturais
É o homem que expulsa as aves
dos ares
aprisiona os rios e abate a
floresta
transforma os oceanos em
abismos de enganos
em funestos alvedrios
da Natureza já pouco resta
É o homem que vicia o amor e
gera o ódio
conspurca o solo
envenena o ar
encobre o Sol e ofusca a Lua
toda a maldade é obra sua
Oh que triste episódio!
Das fontes já não brota poesia
antes veneno e desencanto
pranto e sofrimento
morte de toda a sorte
ofensa e aleivosia
mentiras a esmo
tristeza e lamento
resmas de pecado
Vale de Salgueiro, 8 de
Novembro de 2007
Henrique António Pedro
Sem comentários:
Enviar um comentário