Escrevo
este poema deliberadamente
sem
nada ter em mente
sem
nada ter que dizer
sem
querer dizer nada
Eu
não quero dizer mesmo nada
acredite
tão
pouco nada quero desdizer
leia
aceite
o meu convite
e
dê o seu palpite
Escrevo
este poema só para dar o prazer
de
ler o que lhe apetecer
a
quem o quiser ler
Só
para lhe dizer o quanto podemos dizer
sem
dizer nada
ou
nada dizer
ainda
que quem diz
também
se desdiz
Este
é o dilema!
Este
poema a mim não me diz nada
mesmo
nada
nada
me diz
diz-me
nada
Mas
se digo que este poema a mim nada me diz
já
me estou a desdizer
Que
lhe diz, a si, este poema
ainda
assim?
Muito
pouco
tudo
ou
nada?
É
que a si algo lhe disser
dalgo
a mim me há-de dizer
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 3 de
Junho de 2010
Henrique António Pedro

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