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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Introdução à Eternidade




Com a Razão
pensamos as ideias
a meias
com as imagens
que nos vivem no coração
mensagens
ou não
de ilusão

O Infinito
é um lugar tão distante
que demoramos uma Eternidade
a lá chegar

E é lá
por certo
que mora a Felicidade

É uma infinitude de futuros
de uma só virtude
a Verdade

Um passado
eternamente
recordado

São milhares de aléns
com um único fim:
a sorte
da morte
ainda assim

O infinito é eterno
o eterno é infinito
verso e reverso
do Absoluto
em que se anula o universo

Diminuto seria o Absoluto
que esmaga a Razão
sem a dor
o amor
a ilusão
que dimanam do coração

O Infinito
é um lugar tão distante
que demoramos uma Eternidade
a lá chegar


Eu moro perto
porém
bem pertinho
até

Num lugar pequenino
infinito de eterno amor
e sem fim
aberto dentro de mim
pela fé
e pela dor

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Se te perguntassem se gostarias de não ter nascido, que dirias?




Se te perguntassem se gostarias de não ter nascido,
que dirias?

Eu diria que sim
que não,
já que sofrer, nem ver
ainda que haja quem diga
que a vida
é uma ilusão

Por maior que sejam o poder
e a glória
por muito me encante
e ame a vida
agora
que vivo

E se me perguntassem se gostaria de não morrer
diria que sim
que não
por preferir continuar
a sonhar
e a amar
sem outro motivo

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Usemos palavras como usamos pedras




Usemos palavras como usamos pedras

 

Usemos palavras como usamos pedras
para construir casas e castelos
templos
poemas e pontes

Pedras de xisto
de granito
de mármore
ouro ou diamante

 

Palavras de paz e de amor


Usemos palavras como usamos pedras de embaraço

ou demência
que se lançam fora ou se calam
para aliviar o coração

ou estender a mão a um abraço

 

Usemos palavras como usamos pedras

bem pesadas

bem medidas

bem sentidas

de amor e compaixão

 

Usemos palavras como usamos pedras

contas de um rosário

de penitência

e contrição

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 17 de Agosto de 2010

Henrique António Pedro

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A vida não é uma batalha perdida



Apraz-me caminhar sem destino

em espaço aberto

sem saber ao certo

aonde me leva o caminho

nem mesmo se regresso

 

Andar a esmo

à sorte

às voltas a mim mesmo

pelo verso

pelo anverso

e de reverso

sem tempo

sem norte

nem tino

 

Indiferente ao sol, à chuva e ao vento

com o pensamento disperso pela poesia

meu modo de viver

crisol do meu entendimento

farol do meu crer

força do meu acreditar

que a vida não é uma batalha perdida

ainda que acabemos por morrer

 

A vida é uma batalha vencida

se com amor

soubermos vencer a dor

 

Vale de Salgueiro, domingo, 13 de Setembro de 2009

Henrique António Pedro

 

 

 

 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Uma mesma utopia, a poesia!




Será reflexo do passado
eco do futuro
desejo imaturo
estranho sortilégio
desígnio divino
humano privilégio
sopro do corpo
apelo de espírito
ou pensamento proscrito?

Aquilo que nos anima e aproxima
e nos põe a falar
ao sabor do vento
afastados no espaço
unidos num abraço
sincronizados no tempo

Mesmo sabendo que nunca
mas nunca
nos vamos ver
nem tão pouco encontrar
seja lá onde for

Mesmo assim dá para entender

É a mesma vontade de dar
e de amar

Um mesmo Amor

Uma mesma utopia

A poesia

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sábado, 9 de fevereiro de 2013

À procura de um nada que tarda




Sou ninguém

Alguém que caminha
ao cair da tarde
por chão atapetado de pétalas
de flores de tílias
perfumadas
à procura dum nada
que tarda

Maior glória ninguém poderá sentir
que derramar paz e amor
por onde passa
se ainda acrescer o silêncio do mundo

Só assim livre
a minha angústia poderá partir
voar
e ser amanhã

Nada mais me poder perturbar
ainda mais

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