Viajando para lá de tudo e do mais
Viajo para fora da Terra
para lá do Sistema Solar
fujo do Sol, da tragédia e da
guerra
Perco-me sem premeditação no
espaço interestelar
qual astro errante
vogando na infinita imensidão
da minha alma
propulsado pelo pulsar do meu
coração
Há espaço bastante entre as
estrelas para eu me perder
sem me deixar prender
por nenhuma delas
Vagueio sem rumo certo para um mundo
distante
para mais perto de mim
na vastidão daquilo que sou
sem deixar rastro
nem fumo
a título póstumo
Vou mais além pelas veredas da
Fé e do Amor
abandono o Universo
libertar-me do espaço-tempo
do verbo e do verso
dos vícios da mente
da ilusão e da dor
Embora presente estou ausente
Vale
de Salgueiro, terça-feira, 28 de Outubro de 2008
Henrique
António Pedro