Na ilha da Utopia
Encontrámo-nos por acaso
sem eu saber o que fazia
se seria ela feia ou bela
real ou fantasia
porque nem eu a via
nem ela a mim me via
Ainda assim melhor a sentia na ilha da Utopia
lugar de nenhum lugar aonde eu ia
para me encontrar com ela
Para trocarmos ideias
palavras doces
rebuçados de paixão
que só não se consumou
por não nos termos ali um ao outro
ao alcance da mão
Apesar de tão próximos
mas tão distantes
que não nos víamos
nem nos ouvíamos directamente
apenas na ilusão
A mente e o coração batiam em sintonia
com os teclados e os e-mails trocados
prodígios da tecnologia
que cria a fantasia
Até que um dia se interrompeu a ligação
aconteceu o desencontro do encontro
de quem nunca se encontrou
Vale
de Salgueiro, quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008
Henrique
António Pedro