A dor
de amar demais
Fenece,
só e triste, como o ledo lírio
Aquele
que ama, com paixão, uma mulher
Se
mesmo não a podendo ter como bem quer
Continua
a amá-la, feito louco, em delírio
E sofre
demais o emigrante seu martírio
De sentir-se
longe do lar, sem o querer
A mais
cruel saudade é o seu sofrer
O
desejo do regresso é aceso sírio
Também
o santo místico que vive na fé
É
torturado pelo silêncio divino
Só essa
mística paixão o mantém de pé
Aquele
que mais ama mais sofre, já se vê
Apenas
alma grande não força seu destino
E
aceita a vida tal como ela é
Vale
de Salgueiro, 13 de Abril de 2008
Henrique
António Pedro