A vida é um rio
e a morte é o mar
vazio
Rio de fantasia
a correr sem parar
de montante para jusante
e por aí adiante
Rio de agonia
que corre
veloz
do nascimento até à foz
onde morre
E nós no meio das águas
a ver as margens passar
só mesmo com poesia
ousamos nele navegar
ao sabor da sorte
tentando não nos afogar
embora certa seja
a morte
Morte que é um mar
vazio
sem espaço nem tempo
nem outro lugar
A vida é um rio
e a morte é o mar
onde as almas almejam velejar
nas ondas do destino
rumo à Eternidade
Vale de Salgueiro, quarta-feira, 6 de Outubro de 2010
Henrique António Pedro