Há lugares
recônditos
na minha alma
aonde
eu próprio
raras vezes vou
Somente quando sou assediado
por algum evento inusitado
São aposentos reservados
onde não sopram ventos
nem se faz sentir a fúria do mar
ou as tempestades do viver comum
Ali me refugio
me protejo
e me liberto
em ambiente de espiritualidade
Tranco portas e janelas
tapo os ouvidos aos ruídos da rua
apenas deixo acesa uma luz
tão suave como a da Lua
e por ali fico na obscuridade
de alma distendida
até me acalmar
São lugares recônditos da minha alma
túneis
labirintos
horizontes de espiritualidade
Aonde entro
e de onde saio
sem sair de mim
num incorpóreo frenesim
Vale de Salgueiro, sexta-feira,
12 de Novembro de 2010
Henrique António Pedro





