Refugio-me
da chuva
neste frio
dia de Inverno
do mês
derradeiro
do ano
de tão
triste engano
Grossas
gotas de angústia
e desânimo
batem
forte na vidraça
Vejo o
meu país
em
torpor
varrido
por ventos
uivantes
de dor
e
desgraça
Percebo
mil imagens e ruídos
apelos
doridos
gemidos
choros
de crianças
que
não conseguem adormecer
E ouço
o povo
que a
si mesmo se diz:
Para
que lutar?
Melhor
será deixar acontecer
Já se perdem
as derradeiras esperanças
Sinto
frio dentro de mim
tenho
medo
assusta-me
o futuro
Interrogo-me
ainda
assim
angustiado
de
nariz colado
ao
vidro
calado
Mas a
mais não me aventuro
Já
ninguém escuta ninguém
todos
temos tudo a perder
já
nada a democracia ressalva
Que
poderei eu fazer?
Irracional
abro a
janela da alma e ponho-me a gritar
de
rompante:
- «Aqui,
em Portugal
ou nos
salvamos todos
ou
ninguém se salva!
Portugueses!
Avante!»
Alguém
me há-de escutar!
Vale
de Salgueiro, terça-feira, 13 de Janeiro de 2009
Henrique
Pedro
Querido Henrique,
ResponderEliminarmuito bom este seu poema, profundo, intenso! Parabéns!
bjs,