Qual o
destino dos sentimentos
sobretudo
dos afectos mais fortes
dos
maiores amores
ódios
rancores
sobretudo
daqueles que não dirimimos
e nos
fazem andar dias e dias a sofrer
noites
e noites sem dormir?
Acontece-lhes
o mesmo que às pétalas inúteis das flores
que
empalidecem até secar
com o
perfume a diluir-se até deixar de ser aroma
e pés e
espinhos a apodrecer
até
deixarem de magoar
e de
fazer sofrer
Mas não
são lançados à terra
nem se
transformam em húmus
não se
reciclam em novas flores
em novas
pétalas
novos
espinhos
novos
ódios
novos
rancores
novos
amores
novos
perfumes
Convertem-se
em inócuas lembranças
que o
tempo lentamente faz atenuar
até
acabarem por entrar em torpor
e definitivamente
se esquecer
Para
que o espírito se possa
revelar
em amor
o
destino dos sentimentos é se desvanecer
até morrer
Um poema fantástico!
ResponderEliminarMuito lindo...