É uma minha boa lembrança
de criança malvada
mijar em formigueiros
e tocas de grilos
nos lameiros
Não terei sido eu
o primeiro
a inventar tamanha
maldade
Fazia até uma
tremenda ginástica
para acertar, de pé, nas tocas dos grilos
e nos carreiros dos formigueiros
por falta de
prática
Ainda era menino
de calção
mas só desistia quando
sentia
que uma formiga me
picava os testículos
e uma multidão de
insectos desafectos
me perseguia no
carreiro
Então
qual poeta
proscrito
aflito
proferia a
palavra mais obscena do presente poema:
- Foda-se!
e fugia
Foi assim que aprendi
que há uma
infinidade de espaço no Universo
onde poderei
urinar à vontade
um simples verso
que seja
sem importunar
uma formiga por
demais pequenina
que mal se veja
Vale de
Salgueiro, domingo, 5 de Abril de 2009
Henrique António Pedro
Gostei. É simples e corrida sua linda linda linguagem, mas traduz um momento poético inusitado.
ResponderEliminarGostei do poema!
ResponderEliminarDe quando à infância ,temos o retrato das traquinices infantis e ingénuas.
Parabéns.
Bons tempos! Foda-se!
ResponderEliminarGrande abraço
Saudade. Abraço.
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