Agora
que os
calos das minhas mãos florescem em cravos
e rosas
que o
suor do meu rosto frutifica em cerejas
e gotas
do meu sémen geraram filhos
muito queridos
Agora
que as minhas ideias se concertam em poesias
que os
meus afectos encontram ecos em mil amizades
e
aprendi a partilhar dores e alegrias
Agora
que
admito que as minhas derrotas
foram
justas vitórias de outrem
e cuido
que as minhas vitórias
não
sejam a humilhação de ninguém
Agora
que conheço o fascínio de amar
que ainda
não perdi o encanto de sonhar
e aprendi
a converter angústias em preces
Agora
que da
vida já não espero outras benesses
que não
as de viver com verdade e amor
Agora já
posso dizer
com fervor:
- Vale bem
a pena viver!
Bem
hajas, ó Criador!
in ANAMNESIS (1.ª Edição: Janeiro de 2016)
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