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terça-feira, 17 de julho de 2018

UM LIVRO ABERTO NO DESERTO IV - Dança na minha mente a dança do ventre




Dança na minha mente
A dança do ventre
Huri

Amanhã entro em combate
Já o coração me bate
A rebate

Como os sinos da nossa aldeia
Que tocam a sinais
Tinindo dores e ais
Sempre que alguém morre
Quando quem vive
Embora só na ideia
É quem mais sofre

Porque te chamo eu, assim, de Huri
Se não és muçulmana
E nenhum profeta
De ti me fez presente
Estando eu ausente?

És transmontana linda
Ridente
Como a romã
Que pela manhã sorri
Com mil dentes de diamante

Amanhã entro em combate
Já o coração me bate
A rebate
Dança na minha mente
A dança do ventre
Huri

É o teu útero que eu quero ter
Para em ti renascer 
Se acaso morrer

Não neste deserto
Antes nesse oásis daí
De ti
Bem mais perto

(Algures no Deserto do Sahara)
 xxvix-iv-mmix


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