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domingo, 23 de setembro de 2018

Amor, pó e vento





Amor, pó e vento

A mulher mais bela e sensual

Todo o homem que se entender

Por mais afamados que se quiser

Morrem como qualquer animal

Compostos orgânicos por igual
Acabam num monturo qualquer
Para em estrume se converter
Podres, putrefactos. A cheirar mal!

Disfarçamos com perfume por fora

O pó e o vento que temos dentro

Animados de amor muito embora

 

Até que a morte toma assento

E a todos nos diz, aterradora:

- Salva-se o Amor! Não o pó, nem o vento!

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 28 de Agosto de 2008

Henrique António Pedro

 

 

1 comentário:

  1. O amor continua, e a continuidade deste sentimento que temos por quem morreu, talvez prove que nós também continuamos.
    Belo soneto!

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