Chove
Suavemente por agora
Conduzo estrada fora com velocidade moderada não vá a
viatura esbarar na estrada molhada
Mais apressadas, gostas de chuva delicadas, deslizam subindo
no para-brisas contrárias à lei da gravidade
Deixam rastos rectilíneos, efémeros, como se de cometas
líquidos se tratasse.
Como sonhos que fossem e já não sejam
Também no pára-brisas partido da minha alma há partículas de
saudade liquefeitas que sobem velozmente na minha mente qual antolhos que me humedecem
os olhos, toldam a visão e encharcam o coração
Quando a chuva aumenta de intensidade acciono o limpa pára-brisas
e deminuo a velocidade
Em plena trovoada de Maio acabo por estacionar num desvio de
saudade dos tempos em que fui feliz sem o saber.
A imaginar imagens imprecisas
Caio em mim sem querer volto a ser o que sou a estar onde
estou
A poesia é o limpa-pára-brisas da minha alma que me ajuda a
melhor ver o caminho sempre que caminho sozinho
Vale de Salgueiro, 15 de Maio de 2019
Fantástica prosa...Adorei:))
ResponderEliminarBjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira