Ela brincava com o fogo
com que me incendiava
Eu despia-a com o olhar
Não era amor
era lampejo de gostosura
desejo de a ver
nua
Ela à minha frente se desnudava
linda de morrer
entre sorrisos e trejeitos lúbricos
o viço dos seios túrgidos
a tentarem-me
com prazer
Oferecia-se amorosa
insinuante
melíflua
de falas meigas
graciosa
com golpes de cintura
fina
maneiras requintadas
nádegas roliças
coxas torneadas
Quando, por fim, se mostrou despida
oferecida
etérea
nua
eu cobri-a com poesia
Oh que dilema!
Que outro epílogo poderia ter o poema?!
Vale de Salgueiro, 24 de Maio de 2008
Henrique António Pedro
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