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sábado, 27 de maio de 2023

Poemas da guerra, de mim e de outrem ( Agora)

 


Poemas da guerra, de mim e de outrem

Agora

 

Sou folha solta em seio de tempestade

Ramo verde em outono agora

Procuro lagos onde germinar

E apenas vivo

Em marés de imaginação

 

Sou ave velha que não cede

E nem sente a tempestade

Árvore nova que teima em ter razão

De raízes erguidas ao céu

 

Sou alguém que caminha pela noite

Sempre à espera

De ver

Vir

O Sol

 

Quero amar

Não quero a guerra

Ainda que amar não seja a paz

 

Nangololo (Moçambique, 21 de Dezembro de 1972)

Henrique António Pedro

in Poemas da Guerra, de Mim e de Outrem (Ed.: 2000)


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