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domingo, 6 de outubro de 2024

Risco um verso, acende-se um poema



Risco um verso

acende-se um poema

e mais se ateia a lareira da saudade

 

Assim de coração ao fogo exposto

as labaredas lambem-me o rosto

com o calor ardente da verdade

 

São troncos secos da minha história

achas da minha memória

que ardem

e me aquecem sem me queimar

lembranças de amantes que me enlaçam

inebriantes

 

São chamas

hologramas que me vêm beijar

e aquecer o coração

 

Estendo-lhes a mão para as acariciar

 

São quimeras

que aparecem

aquecem

e logo desaparecem

 

Apenas deixam o dilema

a essência do fogo

e a cinza quente do poema

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 24 de Novembro de 2008

Henrique António Pedro

 

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