segunda-feira, 13 de maio de 2013
No início da Primavera
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Em mim não acredito e de Deus desconfio
O Cosmos de meu avô João
era toda a terra em que à luz das estrelas
semeava pão
O meu
é todo o espaço-tempo
em que planto poemas
eivados de dilemas
e de contrição
Cosmos infinito
mas pequenino
o meu!
Do tamanho do silêncio
indiferente
de Deus
Magistério de mistério
que professo como monge
porfiando poesia
A gritar poemas sem tino
e a acenar
a acenar
na esperança de que alguém
me virá salvar
Se é que não ando a deitar
tudo a perder
Em mim não acredito
e de Deus desconfio…
que só Ele
me poderá valer
Vale de Salgueiro, 24 de Outubro de 2007
Henrique António Pedro
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Assim a inspiração bate à porta
Geia lá fora
há estrelas no céu
a luzir
ao luar
Àquela hora morta
durmo a bom dormir
A Natureza que me rodeia
enrolada em silêncio
e neblina
é uma menina
que seria malvadez
acordar
Mas eis que a inspiração
bate à porta
a preceito
sem timidez
Com pancadas fortes
rimadas
é um poema que quer entrar
que se obstina
em não se deixar esquecer
não tenho outro jeito
senão
de me levantar
Ossos do ofício de poeta
que teima em dormir
de alma desperta
Pois seja
Ei-lo!
Amanhã
de manhã
mal o sol raiar
cuidarei de o publicar
Vale de Salgueiro, domingo, 13 de Dezembro de 2009
Henrique António Pedro
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Amor de Maio
domingo, 5 de maio de 2013
Amai mais e mais
sábado, 4 de maio de 2013
À hora a que os ceifeiros dormiam a sesta
À hora a que os ceifeiros dormiam a sesta
Vou permanecer por aqui, por agora
postado neste meu calmo cais cósmico
natureza adoçada em ondas suaves de colinas
sobrevoadas por nuvens, no azul cerúleo
e por aves em revoada
que arrulham seus cantares de Primavera
desde o nascer ao sol-pôr, em divinas rotinas
de amor
Tudo observo e sorvo de alma calada
em espera paciente do dia em que irei renascer
Ainda não é a hora do crepúsculo
o sol mediurno ainda vai alto e queima
É a hora a que os ceifeiros dormiam a sesta
descansando da longa e penosa madrugada
Assim desejaria eu viver para sempre
fazendo do presente um eterno devir
malgrado os ventos desta angústia estranha
de um dia ter que partir
tenha eu, para tanto, coragem tamanha
Há já uma eternidade que espero
sem saber bem porque assim vivo
neste espaço-tempo feito de espuma
e de bruma
Mas esperarei mais outra eternidade
se necessário for
porque não duvido do Amor
acredito em Deus
e estou certo de ser eterno
E nunca digo adeus a ninguém
nem a coisa nenhuma
Vale de Salgueiro, 1 de Maio de 2008
Henrique António Pedro