quarta-feira, 16 de julho de 2014
Reflectindo sobre a vida à hora em que já são horas de jantar
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Há, em mim, uma angústia crónica
Há
em
mim
uma
angústia crónica
que
nada tem a ver com sucessos ou derrotas
amores
contrariados
saldos
bancários deficitários
com
a crise instalada
ou alguma
glândula avariada
É
uma angústia telúrica
que
a terra
exala
É
hálito podre dos monturos de dejectos
do
carvão e do petróleo
do
alcatrão das estradas
dos
escapes dos motores
da
borracha e do óleo
da
tirania dos ditadores
dos
políticos impostores
Há
em
mim
uma
amargura emergente
um
aperto de coração
que
tem a ver com a política
com
o rumo que leva a civilização
É
uma amargura a um tempo cósmica
e
telúrica
a
dizer-me que assim
não
vamos a lado nenhum
que
nem valerá a pena ousar conquistar o Espaço
Amargura
telúrica
emanada
do ar e da água
que
causa nos seres profunda mágoa
Angústia
cósmica
crónica
vinda
dos confins dos universos
que
polui mentes, palavras e versos
Que
a mim me leva à contemplação das estrelas
no
silêncio da noite
A
refugiar-me nos templos
em
oração
a
procurar refúgio na Eternidade
Porque
indiciam a agonia da Terra
o
fim da Humanidade
Vale de Salgueiro, domingo, 2 de Novembro de 2008
Henrique António Pedro
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Ninguém comanda o coração
terça-feira, 10 de junho de 2014
De nada serve a luz do dia se nos amamos à noite
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Em que alvorada irá meu espírito despertar?
In Anamnesis (1.ª
Edição: Janeiro de 2016)
Exausto
limito-me a deixar-me adormecer
sem saber
nem tão pouco me preocupar
quando
como
e aonde irei acordar
De pronto
entro a sonhar
Sonhos súcubos
coloridos
doridos
alma e corpo a guerrear
Fenómenos oníricos
pensamentos empíricos
que tento em vão traduzir
agora já acordado
enredado no insolúvel trilema
deste poema
Sou, contudo, levado a deduzir
que sempre que sonho a dormir
é o corpo que sonha
e a alma
que tenta acordar
E que sonha o espírito
quando vivo
de verdade
no corpo e na alma
sonho ou realidade
Por isso anda a minha alma angustiada
a pretender saber
em que alvorada
irá meu espírito despertar
Vale de Salgueiro, domingo,
26 de Agosto de 2012
Henrique António Pedro





