Amar
amamos
pessoas verdadeiras
e inteiras
Não amamos
só um rosto
um
braço, uma perna, uma mão
tão
pouco só um corpo, um estatuto
sequer só
um coração
Amar
amamos
algo de imanente
permanente
e transcendente
desconhecido
distendido
que não
se encobre nem disfarça
e não
nos embaraça
Daí que
o motivo do nosso amor
possa
estar numa mulher
num
homem
num
ente escondido
velho,
novo, doente ou são
Já a
paixão não!
A
paixão tem rosto
e tem
corpo
tem
perfume
utilidade
irradia
sensualidade
gera
ciúme
é
obceção
Apaixonar
apaixonamo-nos
por uma pessoa concreta
que em
nós desperta moléculas
de
vício
de
prazer e atracção
ou de
alienação
embora com
fantasia
Pessoa que
nos inquieta
nos
arrelia
basta
um indício
uma
indisposição
Por
isso se diz do ódio
o que
se diz da paixão
Parece tão simples,mas os dois sentimentos juntos dão explosão:
ResponderEliminarMais que perfeito. Coloca-se à parte o AMOR VERDADEIRO, aquele que traz a grandeza da alma e atrela-se paixão é ódio. Adorei. Ódio é antônimo da paixão e nunca do amor.
ResponderEliminarUma construção poética magnífica, meu amigo!