Estou só
Na casa
vazia
televisão
acesa sem som
silêncio
denso
constrangedor
Um cálice
de vinho do Porto
semivazio
sobre a mesa
sobre a mesa
Meio morto
bebo
e encho
de novo o cálice da ansiedade
Mergulho
absorto
mais e
mais
na mais
amarga solidão
amálgama
de filosofia, poesia e ansiedade
Descubro
com
emoção
que
existo
e que a
minha alma em mim anda
perdida
Não sei
que lugar ocupo na humanidade
Mas eis que o
telefone toca!
É quem me
ama que me chama!
Emerjo
na piscina da
alegria
qual campeão
olímpico
ovacionado
pela multidão
em mil imagens
de caleidoscópio
Agradeço
os aplausos
Aplaudo-me
a mim próprio