domingo, 22 de abril de 2018
Tocam os sinos a sinais
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Que felicidade eu sinto, Santo Deus!
Que
felicidade eu sinto, Santo Deus!
Mergulhado
no seio da terra
que
me viu nascer
e
me fez crescer
Terra
de onde parti
só
para ter o prazer
de a
ela retornar
Que
felicidade eu sinto, Santo Deus!
Ao inalar
o seu ar
a
voar nas sensações do seu céu
a
furar luras no quadraçal
como
qualquer fera
mero
animal
Que
felicidade eu sinto, Santo Deus!
A
correr que nem corso
transportando
poemas no dorso
no
descampado
a
esponjar-me
emocionado
nas
mais felizes recordações
O
Infinito longínquo
que
não cabe na vista
nem
na imaginação
é
aqui!
Aqui
é o Absoluto próximo
ao
alcance da mão
todo
concentrado no meu coração
Que
felicidade eu sinto, Santo Deus!
Tanta
que
faço da minha vida
uma
permanente oração
Vale de Salgueiro, quarta-feira, 21 de Julho de
2010
Henrique António Pedro
in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)
segunda-feira, 9 de abril de 2018
Horizontes de afecto
segunda-feira, 2 de abril de 2018
O cântico dos estorninhos
terça-feira, 27 de março de 2018
As pedras de Pinetum levitam no tempo
As
pedras de Pinetum levitam no tempo
As pedras de Pinetum levitam no tempo
apenas mudam as paredes
as pontes
as fontes
em que se concertam
os poemas que despertam
e espevitam o sentimento
Pedras alçadas em muralhas
em campos de batalhas
vias, becos e calçadas
bordejadas de mecos
e de etéreos marcos miliários
são a memória da História
Deslavadas pelo rio
puídas pelo vento
erguidas em ideia
areia
e cimento
são muros mudos
Nada dizem do futuro
próximo ou distante
falam do passado estuante
sombrio
não relatado nos anais
As pedras de Pinetum levitam no tempo
fazem eco
são sinais
Vale de Salgueiro, segunda-feira, 20 de Agosto de
2012
Henrique António Pedro
domingo, 25 de março de 2018
Mirandum Mirandela
Mirandum se foi à
guerra
ficou Mirandela na
terra
a carpir suas saudades
a afogar fráguas nas
águas
que por entre fragas
correm, correm sem cessar
Qual moira encantada
mira-se ela
Mirandela
nua no rio Tua
em noites de luar
à espera dalgum
mirandum
que a venha
desencantar
Mirandum se foi à
guerra
à guerra do ultramar
ficou na terra Mirandela
à espera de ele
voltar
Mirandum se foi à
guerra
à guerra da
emigração
mesmo livre de
namorar
a nenhum mirandão
Mirandela
nem mesmo por ironia
quis seu coração dar
Mirandum se foi à
guerra
à guerra da fantasia
ficou mirandinha Mirandela
sozinha mas desperta
à espera de algum
poeta
que com sua poesia
a venha gloriar
Vale de Salgueiro, segunda-feira,
12 de Abril de 2010
Henrique António Pedro





