Começará lá pelo
extremo Oriente
por certo
pelo fim do mundo
distante
ao som de harpas
uivos de vento e
trovões
rugidos de leões
gritos de gente
demente
não aqui por tão
perto
Terei tempo de me
pôr a salvo
antes da
hecatombe aqui chegar
e de o tudo
reduzir a nada
e o nada a coisa nenhuma
E se por ventura
não acontecer já na próxima alvorada
voltar-me-ei, então,
para poente
e louvarei o
Criador
como sempre
Ele que pôs o Sol
a girar com formosura
conferiu à Terra
a sua diária rotação
e a mim me põe a
sonhar sonhos que ninguém sequer
será capaz de
imaginar
ou sentir em seu
coração
por maior que
seja a loucura
Pedir-Lhe-ei que
se um dia
decidir pôr termo
a esta insana Civilização
que a tantos faz
sofrer
o faça com
brandura e poesia
sem dor
ao som de uma
sinfonia de embalar
com mil coros de
anjos a cantar
para os justos
adormecer
e salvar
o Amor
Vale de
Salgueiro, segunda-feira, 15 de Junho de 2009
Henrique Pedro