Em que pensam, os cães quando ladram
ladram, ladram, com bravura?
Quando nos olham, com ternura
quando uivam à Lua
quando abanam o rabo, com alegria
ou mamam, deleitados, nas tetas túrgidas, de suas
mães?
Pensam em amor
com ardor
com poesia
Como qualquer humano
que livre de engano
se perde na fantasia
Em que pensa então o cães
quando late à Lua
e não ladram
ao Sol?
Na sua humanização
ainda que acordem o casal
quando ladram fora de horas
inconsequentes
Distinto desse sonhar
é o seu instinto de morder
de matar
de fazer sofrer
de mijar cada flor com se fora urinol
qual mente humana torpe
que só pensa no mal
Humano que ladra demente
sempre morde
Cão que late
nem sempre
Vale de Salgueiro, terça-feira, 5 de Julho de 2011
Henrique António Pedro