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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Escadas helicoidais




Surgiu-me esta ideia
quando subia as escadas que todos os dias subo
quando me vou deitar

Poderia ter-me surgido ao descer
depois de acordar
o que seria bem mais difícil
porque sempre desço mais atento
aos passos
mais ainda que às ideias
porque maior é o risco de tropeçar
e de cair

Por isso nunca liberto as ideias
ao descer
e antes me seguro ao corrimão
com uma mão
para as não deixar fugir

São umas escadas altas
em madeira de castanho
enroladas
de formato helicoidal
que dão acesso a uma varanda
interior
que
como se vê
também me conduzem por mim a dentro
quando me vou deitar

Sendo que o mais certo
será com alguma coisa sonhar
enquanto durmo
de espírito ao léu

Escadas de sonho
que sempre que sinto sono
subo
como se subisse para o céu

Surgiu-me esta ideia
ao subir as escadas que todos os dias subo
quando me vou deitar

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A POESIA DE AMOR NÃO PASSA DE UM FARSA?



A poesia de amor não passa de uma farsa

de uma momice

de uma doce aldrabice?

 

De uma mistificação rimada

declamada

cantada

decantada

e nem sempre bem-intencionada?

 

A poesia de amor é um fingimento de sentimento

uma perda de razão?

 

É um chorrilho de fantasias e falsidades

de meias verdades

de falsas alegrias

de piruetas e caretas

de esgares próprios da paixão?

 

A poesia de amor não passa de uma farsa

com que o poeta

com versos perversos se disfarça?

 

A poesia de amor é um paradoxo

uma desgraça

um meio pouco ortodoxo

de redenção?

 

OH, não!

A poesia de amor é uma libertação

uma divina graça

mesmo quando não passa

de uma sublime encenação!

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 14 de Março de 2012

Henrique António Pedro

 

Leia mais no link seguinte:

https://henriquepedro.blogspot.com/2017/11/a-poesia-de-amor-nao-passa-de-uma-farsa.html

 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O meu sonho é inundar o mundo com poesia



O amor é princípio, meio e fim

e a dor tão só

circunstância

consequência

 

A poesia é esplendor do amor

e refrigério da dor

e o meu sonho é inundar o mundo com poesia

para que a ninguém falte a paz

e o pão

no dia a dia

e sempre sinta alegria

em seu coração

 

O meu sonho é colher poemas na natureza

e na vida

e lançá-los aos ares

para que as aves, as rádios e os jornais

televisões e redes sociais

os semeiem em todos os corações

e a poesia seja motor de multidões

 

Para que a angústia se dilua em melodia

e o desassossego espúrio

seja só o enlevo de viver

alguma paixão

 

Para que a poesia assim se cumpra

por fim

como bom augúrio

de uma nova civilização

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 12 de Abril de 2013

Henrique António Pedro


 

 

 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Aqui tão perto de nós, o Além




A vida

não é o momento em que vivemos

começa antes de nascermos

e vai mais além

 

Mas não é além

no horizonte

o Além

 

É já ali

numa avenida da vida

na angústia perdida

aqui

além

ao virar da esquina

da ilusão

 

A norte da morte

a sul da saudade

oriente da esperança

poente da ambição

dança e contradança

do coração

 

Viver e morrer

é destino de toda a gente

infortúnio e felicidade

mentira e verdade

inexoravelmente

 

Todos para lá vamos

ninguém de lá vem

do Além

velhos ou novos

trôpegos

sôfregos

mais velozes que qualquer avião

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010

Henrique António Pedro

 

 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

AQUI…




Aqui, cume do monte dominante
De um reticulado curvilíneo
De colinas moldadas no fascínio
Da alma do poeta diletante

Aqui, nasceu, em mim, a poesia
Pela magia do amanhecer
Com reflexos de fé e bonomia
Que também brilham ao entardecer

Aqui, sempre me quedo, radiante
À hora que o Sol se põe, sanguíneo
Por detrás do horizonte distante

Aqui, face ao Mundo a sofrer
Ao Senhor dos Aflitos eu pedia
Não deixasse, Ele, de lhe valer…


Vale de Salgueiro, domingo, 10 de Agosto de 2008
Capelinha do Senhor dos Aflitos (Alto da Serrinha)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ameaçados de morte




Porque a vida não passa disso mesmo

duma permanente ameaça de morte

somos forçados a viver

condenados a morrer

 

Perseguidos

angustiados

sentimos medo

entendemos merecer

por certo

melhor sorte

 

Por isso sempre procuramos

um lugar mais seguro no Universo

mais longe ou mais perto

onde nos possamos esconder

e refugiar

 

Um céu

onde Deus nos cubra com o seu divino véu

 

Onde nos possamos libertar

e livremente viver

e amar

sem sofrer

 

Sem ter que pagar qualquer preço

tão pouco perecer

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 24 de Novembro de 2009

Henrique António Pedro