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sábado, 20 de abril de 2013

Amar mais e mais




Os meus olhos
não vêem além do horizonte
e os ouvidos não escutam mais que os sons e os ruídos próximos
fugidios

As mãos não tacteiam mais que a pele de corpos
e a superfície dos objectos

O coração apaixona-se sem sabe porquê
e o cérebro apenas suporta uns quantos cálculos, associações e deduções

O meu espírito angustia-se
e oprime-me a ansiedade
porque não sou livre
porque estou limitado
encarcerado
dentro de mim

A olhar o mundo e o cosmos
por uma estreita fresta
por onde mal passa a luz

Mas o meu espírito anseia por ver mais
tactear mais
ouvir mais
amar mais
e mais
e mais

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Amo-a quando…




Amo-a quando…
a olho
lhe falo
a desejo
a afago
a beijo

Quando grito ao vento
a minha paixão
e sem remissão
lhe declaro o meu amor
para todo o tempo

Amo-a quando
sonho o futuro de sonho
com ela
quando nos amamos
ou sofremos em comum

Quando sinto as suas dores de parto
quando dela me aparto
a sofrer
mas forte bate o coração
e sem razão
sinto medo de a perder

Amo-a quando escrevo versos
sentidos
mas banais
como estes
que
só porque a amo
são para mim
poemas geniais

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Escadas helicoidais




Surgiu-me esta ideia
quando subia as escadas que todos os dias subo
quando me vou deitar

Poderia ter-me surgido ao descer
depois de acordar
o que seria bem mais difícil
porque sempre desço mais atento
aos passos
mais ainda que às ideias
porque maior é o risco de tropeçar
e de cair

Por isso nunca liberto as ideias
ao descer
e antes me seguro ao corrimão
com uma mão
para as não deixar fugir

São umas escadas altas
em madeira de castanho
enroladas
de formato helicoidal
que dão acesso a uma varanda
interior
que
como se vê
também me conduzem por mim a dentro
quando me vou deitar

Sendo que o mais certo
será com alguma coisa sonhar
enquanto durmo
de espírito ao léu

Escadas de sonho
que sempre que sinto sono
subo
como se subisse para o céu

Surgiu-me esta ideia
ao subir as escadas que todos os dias subo
quando me vou deitar

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A poesia é uma farsa






A poesia é uma doce aldrabice
uma momice

Uma mistificação
rimada
declamada
cantada
decantada
e nem sempre bem intencionada

É um paradoxo
uma pirueta
uma falha da razão

Um chorrilho de mentiras
e fantasias

A poesia é uma farsa
em que o poeta
com versos se disfarça

É um caminho não ortodoxo
para a redenção

sábado, 13 de abril de 2013

Amo-a, mas…não gosto dela




Amo-a
mais do que devo
mas…
ainda assim
lhe digo
que não gosto dela

Gostava sim
que ela fosse diferente
ou me fosse indiferente

Gostava de a amar
e dela gostar
tal como é
e como ela quer
mas…
sinceramente
não gosto de dela!

Diz-me ela
que não há mas
nem meio mas
que é puro engano

Ou a amo
e gosto de dela
assim
como é
ou não amo

E que só assim
também lhe gosto
isto é
só assim ela gosta de mim

Pois é
será!
É esse o meu desgosto

Saber que a amo
mas que não gosto dela
e que assim
mão lhe gosto


Amo-a
não gosto de dela
mas…

ainda assim
a quero

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A minha aposta é inundar o mundo de poesia




A minha aposta é inundar o mundo
de poesia

Colher poemas na natureza
e na vida
e lançá-los nos ares
com a devida leveza
para que as aves
as rádios e os jornais
as televisões e as redes sociais
os semeiem nos corações
e a poesia se torne
no motor das multidões

Para que a ninguém falte a paz
nem o pão
no dia a dia
e sempre sinta alegria
em seu coração

Para que a angústia de sofrer
se dilua em melodia
e o desassossego
seja só
o enlevo de viver

E para que assim
a poesia se cumpra
por fim
como augúrio
da nova humana condição