domingo, 18 de dezembro de 2016
Um sonho universal
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Um lapso de amor e dois de memória
Bebo café
em pé
ao balcão de uma pastelaria
O meu espírito anda longe dali
mais do que devia
sem um propósito declarado
Os olhos passeiam-se
absortos
por todo o lado
repousando vagamente sem querer
em quem entra
e quem sai
se é homem se é mulher
sem segunda intenção
Neste ínterim
a empregada
mulher linda
traz-me um pastel de nata
e pergunta-me se quero canela
A nata não seria para mim
mas de pronto respondo que sim
com mesura
e mais digo sem pensar
tocado pela sua formosura
que a quero a ela
Em dois momentâneos lapsos de tempo
acontecem dois simultâneos amorosos lapsos de
memória
de amor, café e canela
agridoce rapapé
sem vanglória
Fiquei sem saber quem eu era
onde estava
o que fazia ali
e qual seria o meu papel na história
Ante o meu embaraço
a empregada
sorri
ruborizada
Oh, que dilema!
De pronto recupero a lucidez
anoto o sorriso
perdão
o poema
num guardanapo de papel
sem mais demora
A empregada sorri-me outra vez
agora descarada
de soslaio
mas eu sem mais nada
saio
Venho-me embora
não vá ter outro relapso lapso de memória
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 11 de Dezembro de
2009
Henrique António Pedro
domingo, 11 de dezembro de 2016
Uma piedosa mentira de amor
Disse-lhe que a amava
ela acreditou
Alegrou-me a alegria
que o seu espírito extravasou
em beijos
abraços
e gritos
Muito mais do que eu esperava
desse amor que a espaços
eu vinha deitando a perder
Ainda sinto remorsos
confesso
contrito
de não lhe ter dito a verdade
por pensar
que mais a faria sofrer a ela
do que a mim penar
A verdade é que amo aquela mulher
não como ela me ama a mim
mas amo-a de verdade
ainda assim
Fico à espera que seja ela a descobrir
docemente e sem penar
que não a amo como ela quer
por ser diferente o meu querer
Esta a virtude que a mim me ilude
se é que há virtude em mentir
ainda que por amor sentir
Esta a razão de ser
desta amorosa
piedosa
mentira
Perdoa-me! Amor!
Vale
de Salgueiro, sábado, 12 de Junho de 2010
Henrique
António Pedro
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Poema prenda de aniversário
(Abra este presente. É parar si!)
Eu ontem fiz anos!
Também fiz anos de facto
no ano transacto
e nos precedentes
Dias de Anos são festas recorrentes
dias de alegria abrangentes
sem mácula de nostalgia
mais votados a viver que a morrer
a fazer anos que a anos desfazer
Vivemos no encanto de quem amamos
por isso eu anos não conto
nem anos desconto
quantos faço ou desfaço
Embora já tenha muito que contar
e continue a reclamar
o quanto ainda não amei
e o muito que tenho para amar
A festa de anos é sempre um clamor de amor
um louvor de alegria
mede a idade da amizade
a poesia da felicidade
Aqui deixo e não desleixo este conselho
que é uma prenda de aniversário
a quem for mais novo ou da mesma idade
mais velho por feliz sortilégio
dado que a vida é um fadário
Não seja demente
faça anos sempre em festa
não conte os que lhe resta
nem ao passado remonte
estar vivo é privilégio
e fazer anos um presente
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Henrique António Pedro
Com este poema agradeço a todos que tiveram a amabilidade de se
associar ao meu aniversário, na impossibilidade de o fazer a cada um de per si.
Bem hajam
sábado, 3 de dezembro de 2016
Deus?! Deus é assim como Deus é.
Deus é como Deus é
é assim como o Amor é
Só o vê e sente o Amor
ou no Amor crê
quem vive apaixonado
Deus é como Deus é
é assim como o Saber é
Só sabe quem procura saber
enamorado
Deus é como Deus é
é assim como a Verdade é
Só a conhece quem a pratica
desapaixonado
Deus é como Deus é
é assim como a Felicidade é
Só a tem
quem com esperança
a espera
Deus é assim como Deus é
Nós apenas apenas desconfiamos
mesmo se acreditamos
como Deus é
Deus é como Deus é
Só Ele sabe como Ele é
Vale de Salgueiro, segunda-feira, 4 de Outubro de 2010
Henrique A. Pedro





