Este
poema é uma pedra de gelo que arde
e se derrete
com o
calor da imaginação
É um
monte de caruma que será fogueira
se
ateada pela chama
de
quem o ler
para
se aquecer
É um
emaranhado de palavras
à
espera de serem lidas
e
sentidas com poesia
mesmo
sem que tenham
rima
alguma
É um
novelo de lã que será meia
depois
de tecido e fiado
pelas
mãos da tecedeira
É o
presente que será futuro
quando
tiver passado que contar
É uma
madrugada que será dia
quando
o Sol raiar
Este
poema é uma pedra de gelo
que o calor
da poesia transforma em água
que levanta
fervura
e vira
vapor
É uma
ideia que será iluminação
quando
for gelo
a
arder
Porque
o amor só o é na dor
e sem
condição
Vale
de Salgueiro, 20 de julho de 2020
Henrique
António Pedro