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segunda-feira, 28 de junho de 2021

Uma pedra de gelo a arder


Este poema é uma pedra de gelo que arde

e se derrete

com o calor da imaginação

 

É um monte de caruma que será fogueira

se ateada pela chama

de quem o ler

para se aquecer

 

É um emaranhado de palavras

à espera de serem lidas

e sentidas com poesia

mesmo sem que tenham

rima alguma

 

É um novelo de lã que será meia

depois de tecido e fiado

pelas mãos da tecedeira

 

É o presente que será futuro

quando tiver passado que contar

 

É uma madrugada que será dia

quando o Sol raiar

 

Este poema é uma pedra de gelo

que o calor da poesia transforma em água

que levanta fervura

e vira vapor

 

É uma ideia que será iluminação

quando for gelo

a arder

 

Porque o amor só o é na dor

e sem condição

  

Vale de Salgueiro, 20 de julho de 2020

Henrique António Pedro


2 comentários:

  1. Lendo-o para além da imaginação, vejo o nascimento das coisas o novelo confuso, emaranhado da coisa que dá o tecido -a obra- feito pelo autor e a transformação de tudo: o gelo que se torna água e depois vapor .comos, e, assim, connosco é..... a vida... coisas....

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    1. A poesia é uma punção interior que se exterioriza de, e por, várias formas sendo que muitas vezes nem os próprios autores interpretam, ou têm plena consciência, do que escrevem. Soa bem aos ouvidos e ao espírito, sobretudo de quem lê, é o que mais importa.
      Obrigado pela leitura.

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