Eram
precisamente seis horas e trinta e tantos diminutos
minutos
quando
este poema nasceu
Eu
dormia profundamente por mor do Outono
que
agora está a começar
e
traz com ele o abaixamento da temperatura
e a
diminuição da luminosidade matinal
quando
senti que uma cria de poesia
me
puxava a roupa do espírito
repetidamente
mesmo
depois que me acordou
Não
tive outro remédio senão levantar-me
e
servir-lhe o pequeno-almoço
para
alimentar o animal
muito
embora ainda fosse de madrugada
Mas
de que trata este poema, afinal?
Sei
lá!
Um
poema tem que tratar de alguma coisa?
Não
poderá ser só poema, sem nada mais?
Ademais
poderá ser fruto de uma insónia
de um
mal dormir…
Eu
dormia profundamente
ferrado
no sono
sem
sonho subjacente
quando
fui acordado
Diria
que este poema impertinente que hoje me acordou
é fruta
da época
filho
do Outono
fruto
da árvore da poesia
que
viceja no jardim da fantasia
Vale
de Salgueiro, quinta-feira, 30 de Setembro de 2010
Henrique
António Pedro