terça-feira, 13 de agosto de 2013
A feia bonita Beatriz
Uma feia bonita
mulher ultriz
é raiz
deste poema
contrito lamento
feérico fonema
Suspeitava que Beatriz me amava
mas eu não sabia
o que comigo se passava
Tonto
disse-lhe que a achava feia
Era só meia verdade
a outra meia
era que muito a estimava
Mas a ultriz Beatriz
de pronto
me fez a vontade
Nunca mais me olhou
nem me procurou
e o meu coração mergulhou
na mais cruel ansiedade
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Uma puta qualquer
Habituei-me a vê-la, por ali
com ar convidativo, descarada
no seu “trotoir” chamativo
de carteira a cirandar na mão
debaixo de um pinheiro manso
mesmo à beira da estrada
no frondoso parque de Monsanto
sabe-se lá em que esconso remanso
guardava ela o seu coração
Era jovem, elegante e vistosa
vestia minissaia cor-de-rosa
blusa transparente cor de salmão
não era uma puta qualquer
era sim, mais uma mulher
Eu passava a correr, ofegante
nos meus “footings” matinais
mas não lhe falava
nem ela comigo se importava
mais atenta que estava à estrada
de onde vinha o seu ganha-pão
Mas um dia … nunca mais a vi!
Qual não foi o meu espanto
quando soube pelos jornais
que fora encontrada assassinada, por ali
em pleno parque de Monsanto
Comprei uma rosa, com espinhos
da cor da sua minissaia
e quando por lá voltei a passar
pelos habituais caminhos
do meu “footing” matinal
desta vez parei, para lhe falar
como se o fizesse do habitual
para colocar a flor
com respeitoso amor
sobre um tufo espontâneo de feno
e coloridos malmequeres
Dediquei-lhe uma breve e sentida oração
e não resistindo ao impulso blasfemo
que me saiu, directo, do coração
gritei para comigo, entristecido:
- É bem “puta” a vida, para certas mulheres!
com ar convidativo, descarada
no seu “trotoir” chamativo
de carteira a cirandar na mão
debaixo de um pinheiro manso
mesmo à beira da estrada
no frondoso parque de Monsanto
sabe-se lá em que esconso remanso
guardava ela o seu coração
Era jovem, elegante e vistosa
vestia minissaia cor-de-rosa
blusa transparente cor de salmão
não era uma puta qualquer
era sim, mais uma mulher
Eu passava a correr, ofegante
nos meus “footings” matinais
mas não lhe falava
nem ela comigo se importava
mais atenta que estava à estrada
de onde vinha o seu ganha-pão
Mas um dia … nunca mais a vi!
Qual não foi o meu espanto
quando soube pelos jornais
que fora encontrada assassinada, por ali
em pleno parque de Monsanto
Comprei uma rosa, com espinhos
da cor da sua minissaia
e quando por lá voltei a passar
pelos habituais caminhos
do meu “footing” matinal
desta vez parei, para lhe falar
como se o fizesse do habitual
para colocar a flor
com respeitoso amor
sobre um tufo espontâneo de feno
e coloridos malmequeres
Dediquei-lhe uma breve e sentida oração
e não resistindo ao impulso blasfemo
que me saiu, directo, do coração
gritei para comigo, entristecido:
- É bem “puta” a vida, para certas mulheres!
in
"Mulheres de Amor Inventadas" (Henrique Pedro-2013)
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Aposto que este é o poema mais estúpido que algum dia foi escrito
Aposto
que este poema é o mais estúpido
de
todos os que algum dia foram escritos
embora
haja aos milhares poemas por escrever
a
ferver
desejosos
de se dar a conhecer
neste
ínterim
Poemas
à espera de poetas proscritos
que
os queiram assumir
sendo
certo que em poesia
tudo
pode coexistir
Ainda
assim
meus
caros senhores
este
poema só não será o mais estúpido
se
for apreciado por um número suficiente de leitores
alguns
dos quais lhe acharão graça
e até
haja quem me diga que gosta
Alguém
poderá mesmo considerá-lo genial
e então
eu concluirei
afinal
que
maior é a minha desgraça
porque
perdi a aposta
Vale
de Salgueiro, sábado, 7 de Janeiro de 2012
Henrique
António Pedro
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Badaladas desconcertadas do coração
Doze badaladas o coração bate
ao meio dia
como cão a latir
Ruidosas
apressadas
pressurosas
a fugir
a saltar fora do peito
a viver fora de si
Outras doze badaladas o coração bate
à meia-noite
como vento a rugir
fora de tempo
Langorosas
arrastadas
pesarosas
a parar
para morrer
dentro do si
Doze com doze são vinte e quatro
badaladas
desconcertadas
que a vida tem
mais aquelas que o coração bate
no ventre de nossa mãe
Mais aquelas descontadas
se dormimos
ou não sentimos
o coração bater
por ninguém
mundo fora
hora a hora
aqui
ali
além
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Não chores por mim, Argentina!
Não chores por mim
Argentina
Nem digas que vais ficar
para sempre
à minha espera
A ti, eu jamais direi adeus
As lágrimas de amor
e de infundado temor
que vejo luzir em teus olhos
neste meu hesitante partir
sem te dizer se vou voltar
acendem saudades nos meus
Pensa antes, amor
nos molhos de poemas e de flores
que te irei ofertar
já na próxima Primavera
Mas não me digas, por favor
que vais ficar
para sempre
à minha espera
que me deixas desolado
a pensar
que poderei
não poder
voltar
jamais
E eu não quero que seja
assim tão demorado
o teu sofrer
in Mulheres de amor inventadas (1.ª Edição, Outubro de 2013)
quarta-feira, 31 de julho de 2013
As estrelas
Vivo no campo
confrontado com o encanto
do Cosmos e da Natureza
confrontado com o encanto
do Cosmos e da Natureza
noite e dia
De dia é o Sol
que desde a aurora
com esplendor e beleza
me desafia
À noite são as estrelas
e é a Lua
que de amor estua
e me alumia
De dia é o Sol
que desde a aurora
com esplendor e beleza
me desafia
À noite são as estrelas
e é a Lua
que de amor estua
e me alumia
de soledade
As estrelas estão lá no Céu
no regaço do Universo
cobrindo todo o espaço
com seu véu
de luz e verso
e espiritualidade
Pequeninas
bruxuleantes
a chamar por mim
Lá no Firmamento
sem fim
a espevitar o meu pensamento
Pequeninas e distantes
a dizerem-me ainda assim
o que nem sei
imaginar
As estrelas estão lá no Céu
no regaço do Universo
cobrindo todo o espaço
com seu véu
de luz e verso
e espiritualidade
Pequeninas
bruxuleantes
a chamar por mim
Lá no Firmamento
sem fim
a espevitar o meu pensamento
Pequeninas e distantes
a dizerem-me ainda assim
o que nem sei
imaginar
Por mais que ande
só serei
verdadeiramente grande
quando as alcançar
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