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quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Lágrimas de mãe



Dizem que as lágrimas mais não são que gotas de água

salgada

 

Mesmo se amorosas rolam pela face

silenciosas

produto de amor

de dor

ou de alegria

quando não são disfarce

teatro abstracto

pura poesia

 

E também dizem que não

que não nascem na alma

mas que vêm

quando muito

do coração

 

As lágrimas de uma mãe

essas

porém

sempre vêm de muito mais além

 

Nascem no fundo do devir

nas entranhas do ser

seja o que for que faz a mãe

sorrir

ou sofrer

antes mesmo de o filho nascer

 

E quando são lágrimas de dor

ilumina-as a mesma luz

o mesmo amor

das que chorou a Virgem Maria

aos pés da Cruz

 

Vale de Salgueiro, sábado, 14 de Novembro de 2009

Henrique António Pedro

 

 


sábado, 20 de dezembro de 2025

O QUE FALTA NESTE NATAL É O QUE MAIS FALTA FAZ!



Muito embora a noite fosse fria

havia muito amor e muita luz

no divino presépio de Belém

em que nasceu o Menino Jesus

iluminado pelo luar e pelas estrelas do céu

com anjos a cantar também

cânticos de Alegria

de Esperança

e de Fé

  

Também não faltou à Divina Criança

o calor do seio de Sua mãe, a Virgem Maria

e a companhia de Seu pai, São José

 

No Natal, de hoje em dia, porém

não faltam prendas, prebendas, sinecuras

tudo que o dinheiro atrai

 

O que há demais são luzes e molduras

enfeites de encanto a brilhar em cada canto

nos ares, nos lares, nas catedrais

e nos centros comerciais

 

O que falta faz neste Natal não são Pais Natais, não!

Isso é, até, o que há demais

 

O que falta neste Natal, hoje em dia, é Alegria

é a ternura das mães e dos pais!

 

É Amor e Paz o que mais falta faz, ainda assim

 

É o Menino Jesus, isso sim!

 

O que falta neste Natal é o que mais falta faz!

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 24 de Dezembro de 2012

Henrique António Pedro

sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Amar e estar apaixonado



Amar

e estar apaixonado

soa

a contradição

 

Melhor será por isso

deixar passar

o tempo

esperar que mude a direcção do vento

e se desvaneça o feitiço

contemporizar

o amor e a paixão

 

Deixar que seja outro

o bater do coração

e não o mero arfar

por algo que se deseja

 

O amor douto não tem tempo

e a pura paixão não é definitiva

nem dura toda a vida

 

Vale de Salgueiro, sábado, 30 de Julho de 2011

Henrique António Pedro

 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Debandada de aves a dizerem adeus



Vivíamos os dias

quais aves

leves

livres

felizes

a voar

em bando

 

De asas a adejar

a acenar

amando

 

E as noites pousados nos ramos das árvores fraternais

a sonhar

 

E assim foi o nosso brando viver

a voar em bando

sem sabermos sequer o que seria emigrar

 

Até que um dia a vida virou debandada de aves a voar

de asas adejar

a acenar

a dizer adeus

para não mais voltar ao lar

e nos voltarmos a ver

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 16 de Março de 2010

Henrique António Pedro

 

 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Sentado à lareira da saudade


Sentado à lareira da saudade

partilho o pão da amizade

o mosto da alegria

a doçura da nostalgia

 

Que sou eu, afinal?

 

Sou suor do rosto de meu pai

lágrima na face de minha mãe

água cristalina que canta na garganta

nas tardes cálidas verão

 

Sou a chama da lareira que me arde no coração

a quietude dos olivais

a virtude dos trigais

 

Sou o milagre intemporal

desta nostalgia agridoce

que se abre em Eternidade

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 16 de Março de 2010

Henrique António Pedro

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domingo, 14 de dezembro de 2025

Hora de ponta


Tamborilo no tabliê
e assobio
ao ritmo do blue radiodifundido pela Rádio Renascença
parado no tráfego
que transita entre mim e as nuvens

De regresso a casa
à hora de ponta

Uma loira
no descapotável a meu lado sorri-me


Respondo
com sorriso similar
mas digo
baixinho
só para mim
« Que pena. Não vou para esses lados»

Na outra faixa
um sujeito corpulento abre o vidro
e grita para o da frente:
«Seu panhonha!»

Bem aconchegado no seu mini “smart “
o lingrinhas responde:
«É a tua mãe»
e arranca de supetão


Felizmente o semáforo abrira, porém


Infelizmente Portugal acabou por empatar
no jogo de abertura com a Costa do Marfim

Cada vez mais ruim
esta crise

 

Lisboa, quarta-feira, 16 de Junho de 2010

Henrique António Pedro

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