Pergunto-me
desde que me conheço
e procuro-me
por toda a parte
Não sei quem sou
nem o que faço aqui
muito menos se me mereço
ou se alguém de si
igual tormento consigo comparte
Que missão é a minha?
Porque sina ando perdido
a mando de quem
amando e sofrendo sem tino
nem sentido?
Responde-me a Ciência com mil
fórmulas
máquinas, computadores e
televisões
a Filosofia com mil enigmas
a Religião com as melhores
intenções
Não são essas respostas que eu
espero
nem quero
mais ainda desespero
e se agravam os estigmas
Por isso com poesia eu lamento
esta vida angustiada
sem culpa formada
Na ideia de que me libertarei
anda que quando não sei
desta terrível cadeia
de desconhecimento
Vale de Salgueiro, domingo, 7
de Junho de 2009
Henrique António Pedro








