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terça-feira, 22 de julho de 2025

Ao ritmo que o coração me bate no peito



Martelo palavras sem jeito

ao ritmo que o coração

sem apelação

 me bate no peito

 

Teclo por teclar

sem pauta nem rima

a angústia me anima

 

Sentimento sem razão

sem tegumento

que se me enrola no corpo

qual sarmento de videira

 

Quiçá sopro de vento divino

que me embriaga como vinho

a vida inteira

 

Sou um cálice transbordante de poesia

poção efervescente de fantasia

que me torna mais liberto

 

Bebo

o meu próprio sangue

e mesmo exangue

continuo a cantar

 

Até que adormeço

e mais desperto

torno a acordar

 

Vale de Salgueiro, domingo, 13 de Dezembro de 2009

Henrique António Pedro

 

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