(Imagem Google)
Os meus passos
perdem-se
na manhã nevoenta
fria
de Janeiro
o meu bafo é cansaço
de corpo envolto em
nevoeiro
Na montra iluminada
da pastelaria
bolas de Berlim
riem-se para mim
doce apelo
em sua loquaz afasia
de riso amarelo
e de língua de fora
Entro
de pronto
sem mais demora
Já ela me espera
impaciente
sentada a um canto
com os lábios de
amora
já pintados de chocolate
quente
Oh, que doce encanto!
De pronto os meus
olhos se banham na água mineral natural cristalina
que brota dos seus olhos verdes de menina
que ela verte da garrafa que traz na alma
sem rótulo
nem trade mark
Ainda de pé
sem me sentar
peço um café
e um croquete de
camarão
Ela
coquete
lê de imediato o
poema prometido
sem sentido
abstrato
que escreveu para
minha apreciação
Versos que me mordem o coração
embora com
delicadeza
mas é a arte poética
que se parte
patética
com tamanha falta de
vocação
à parte tanta beleza
Fico feliz
ainda assim
com este poema
agridoce
em que ela de si nada diz
nem da sua formusura
como eu lhe disse
com doçura
Mirandela, quinta-feira,
28 de Janeiro de 2010
Henrique António Pedro
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