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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

UM POEMA DE AMOR AGRIDOCE


(Imagem Google)


Os meus passos perdem-se

na manhã fria de Janeiro

o meu bafo é cansaço

envolto em nevoeiro

 

Na montra da pastelaria

bolas de Berlim

riem-se para mim

em doce apelo

na sua loquaz afasia de riso amarelo

de língua de fora

 

Entro

de pronto

sem mais demora

 

Já ela me espera impaciente

sentada a um canto

com os lábios de amora pintados de chocolate quente

 

Oh, que doce encanto!

 

De pronto os meus olhos se banham na água mineral natural cristalina
que brota dos seus olhos verdes de menina
que verte da garrafa que traz na alma
sem rótulo
nem trade mark

Ainda de pé

sem me sentar

peço um café

e um croquete de camarão

Ela

coquete

lê de imediato o poema prometido
sem ritmo nem sentido

abstrato

que escreveu para minha apreciação


Versos que me mordem o coração

embora com delicadeza

mas é a arte poética

que se parte patética

com tamanha falta de vocação

à parte tanta beleza

 

Fico feliz

ainda assim

com o poema dela que de si nada diz

nem sequer daquela mulher de formusura

 

Percebi

por fim

encantado

que ela a mim me votava uma amor doce

a que eu desalmado respondi

com o presente poema agridoce

que só gora

muito embora

lhe dedico com doçura

 

Mirandela, quinta-feira, 28 de Janeiro de 2010

Henrique António Pedro

 

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