segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Badaladas desconcertadas do coração
Doze badaladas o coração bate
ao meio dia
como cão a latir
Ruidosas
apressadas
pressurosas
a fugir
a saltar fora do peito
a viver fora de si
Outras doze badaladas o coração bate
à meia-noite
como vento a rugir
fora de tempo
Langorosas
arrastadas
pesarosas
a parar
para morrer
dentro do si
Doze com doze são vinte e quatro
badaladas
desconcertadas
que a vida tem
mais aquelas que o coração bate
no ventre de nossa mãe
Mais aquelas descontadas
se dormimos
ou não sentimos
o coração bater
por ninguém
mundo fora
hora a hora
aqui
ali
além
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Não chores por mim, Argentina!
Não chores por mim
Argentina
Nem digas que vais ficar
para sempre
à minha espera
A ti, eu jamais direi adeus
As lágrimas de amor
e de infundado temor
que vejo luzir em teus olhos
neste meu hesitante partir
sem te dizer se vou voltar
acendem saudades nos meus
Pensa antes, amor
nos molhos de poemas e de flores
que te irei ofertar
já na próxima Primavera
Mas não me digas, por favor
que vais ficar
para sempre
à minha espera
que me deixas desolado
a pensar
que poderei
não poder
voltar
jamais
E eu não quero que seja
assim tão demorado
o teu sofrer
in Mulheres de amor inventadas (1.ª Edição, Outubro de 2013)
quarta-feira, 31 de julho de 2013
As estrelas
Vivo no campo
confrontado com o encanto
do Cosmos e da Natureza
confrontado com o encanto
do Cosmos e da Natureza
noite e dia
De dia é o Sol
que desde a aurora
com esplendor e beleza
me desafia
À noite são as estrelas
e é a Lua
que de amor estua
e me alumia
De dia é o Sol
que desde a aurora
com esplendor e beleza
me desafia
À noite são as estrelas
e é a Lua
que de amor estua
e me alumia
de soledade
As estrelas estão lá no Céu
no regaço do Universo
cobrindo todo o espaço
com seu véu
de luz e verso
e espiritualidade
Pequeninas
bruxuleantes
a chamar por mim
Lá no Firmamento
sem fim
a espevitar o meu pensamento
Pequeninas e distantes
a dizerem-me ainda assim
o que nem sei
imaginar
As estrelas estão lá no Céu
no regaço do Universo
cobrindo todo o espaço
com seu véu
de luz e verso
e espiritualidade
Pequeninas
bruxuleantes
a chamar por mim
Lá no Firmamento
sem fim
a espevitar o meu pensamento
Pequeninas e distantes
a dizerem-me ainda assim
o que nem sei
imaginar
Por mais que ande
só serei
verdadeiramente grande
quando as alcançar
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Amar de novo
Abraçam-se
Beijam-se
e
amam-se
como
se fossem únicos
na
Terra
como
se houvesse só aquela cama
e estivessem
sós no Sistema Solar
Não
tinham dúvidas
de que
não existia mais ninguém
nos
restantes planetas
nem se
importavam com isso
Estavam
de facto sós
na
companhia um do outro
e
entregues à sorte do seu amor
no
sistema solar da sua paixão
Na sua
cidade, porém
havia
mais homens e mulheres
que
moravam na mesma rua
mesmo
a seu lado
E havia
muitos mais na Web
nos
cinco Continentes
na
Terra inteira
nas
esquinas da vida
nas
estradas da insatisfação
Sem
limites de velocidade para a dor
ou
para a desilusão
era só
a acelerar
sempre
sem
parar
Por
isso, quando arrefeceu o ardor
desencontraram-se
numa nova paixão
que
não se previa
Será
que um dia
se
reencontrarão num novo amor?
Numa
nova
e
mútua paixão?
Que
voltarão a amar-se de novo?
E
porque não?
sábado, 27 de julho de 2013
Apascentando estrelas ao luar
A Lua
já ali está
esplendorosa
cheia
cristalina
desde o sol-pôr
Pousada no horizonte
ao alcance da mão
toca-me o coração
com mil estrelas a cintilar
em seu redor
como se eu fora seu pastor
O som estridente das cigarras
é agora ensurdecedor
O Sol
que espanta as estrelas
durante o dia
à noite deixa-as viver
emprestando a luz à Lua
que a Lua derrama em luar
e fantasia
O aroma do alecrim
que perfuma o vento
entra por mim a dentro
Alcanço
por fim
o topo da colina
com o espírito circunscrito
no amor de Jesus Cristo
Quedo-me por ali
a destempo
até o Sol nascer
apascentando estrelas a refulgir
no redil do meu olhar
acorrentado ao dever
olvidado do devir
Vale de Salgueiro, terça-feira, 27 de Julho de 2010
Henrique António Pedro
terça-feira, 23 de julho de 2013
A poesia não é nada nem ninguém
A poesia é
um sopro
o borbulhar na
superfície da consciência
de mil
humores desconhecidos que nos fervem na alma
e no corpo
E os poemas
são borbulhas
de sonhos
de afectos
de desejos
que rebentam
em palavras
e expelem
harmonias e cores
muitas vezes
descompassadas
descoloridas
e que nem
ideias são
Bolhas que
poderão salpicar outros espíritos
e correr
mundo
ou
simplesmente implodir em angústia
Porque nem
toda a poesia almeja ser poema
ainda que
seja latente tal sonho
A poesia é como
uma mãe
que se
amamenta a si própria
e derrama mel
e leite
e fel
A poesia é
uma mãe
e os poeta
filhos pródigos
A poesia não
é nada
nem ninguém
é uma coisa
como outra qualquer
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