sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Anuncie aqui!
Talvez agora
com a
crise
precise
de
psicanálise
Anuncie
aqui suas dores
angústias
amores
sonhos
e desilusões
As
vendas estão garantidas em todos os balcões
e a sua
facturação crescerá sem parar
não se
irá arrepender
A menos
que pretenda comprar…
também
tenho para dar
e vender
Anuncie
aqui, neste link:
Aberto
vinte e quatro horas por dia
Como
prémio receberá…
poesia
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Com poesia a mim mesmo me engano
Confidencia-me
o seu segredo mais íntimo
que
silencio nos ouvidos
e sepulto
no coração
Ouso
ir mais além
porém
Codifico
o segredo em poema
e lanço-o
ao vento
também
Ficará
bem melhor guardado
ainda
assim
por
todo o tempo
Porque
a poesia é a arte de enganar
com
a verdade
de
esconder a tristeza com alegria
de
disfarçar com amizade
a paixão
Por
isso as palavras me saem da mente
agora
em
torrente
sem
chama
nem
drama
nem
razão
Concertadas
em poema depenado
cujas
pétalas perfumam o chão
agridoce
dessa
doce intimidade
com
que ela me desengana
sem
me causar maior dano
Na
verdade
sou
eu que com poesia
a
mim mesmo me engano
Vale
de Salgueiro, sexta-feira, 13 de Agosto de 2010
Henrique
António Pedro
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
À sombra de uma nuvem
Adormeço
Prostrado
À sombra de uma
nuvem
Cansado
De um pensamento
mais denso
Embalado
Por uma aragem de
espírito
Que me refrigera
o corpo
Do sopro ardente
da Terra
Envolta em guerra
Acordo
De madrugada
Na frialdade da
noite iluminada
Pela luz cósmica
das estrelas
Que espargem
espiritualidade
A geada
Prateada
Da verdade
Não me deixa
dormir
Flutuo no nada
Demente que estou
Com a mente
perturbada
Que virá a seguir?
in Angústia,
Razão e Nada
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
A diva
Olho-a em silêncio
Ouço a melodia
que ecoa
por mim a dentro
Com o seu canto
me encanto
Canção calada
música encantada
da qual
quase não nada
ouço
Bailo
enlevado
levado na fantasia
Acordo
ao último acorde
e aplaudo
E lavro
em poesia
este laudo
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Há roseiras a rosir
Há roseiras a rosir
agora pelo Outono
frágil entono
quando as romãs começam
a rir
e os ouriços nos castanheiros
altaneiros
quase
quase
a parir
E as andorinhas
a partir
O céu
e os campos
ensaiam simulacros de
Primavera
por todos os cantos
mas a cor dominante não
é o verde fulgurante
pintalgado de papoilas
e malmequeres
e da sensualidade
desnuda das mulheres
São tons quentes de
castanho
de folhas amarelecidas
que se vão desprendendo
pelo vento
de árvores
entristecidas
simulando alegria
em derradeiro arreganho
que é lamento
elegia
pura poesia
Só as mães
depois que lhe morrem
os filhos
não voltam mais
a sorrir
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Escrevelendo
Quando escrevo
leio
e quando leio
escrevo
Na mente
em segredo
não é devaneio
nem minto
Assim
num de repente
leio
releio
reescrevo
e transcrevo
a Natureza
o Cosmos
o que vai dentro de mim
Primeiro leio o que sinto
ou o que se passa à minha volta
e é o que leio
que escrevo
se me anima
acalma
revolta
ou induz estima
E sempre leio
e releio
o que escrevo
e também escrevo
quando leio
o que os outros escrevem
Leio
e escrevo na mente
ou no coração
embora não com a mão
o que os outros escrevem
para que eu leia
e que algo me diz a mim
Assim me enleio
a escrever
e a ler
em tudo que “escreveleio”
Não aprendemos a ler
primeiro
e depois a escrever
Sempre aprendemos a “escreveler”
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
O amor e a imaginação
Só pela
imaginação
não vai a lado
nenhum
o homem
Não chega sequer a
sair
da sua própria
mente
Só pelo amor
o homem sai de si
chega aos outros
os toma
e retorna
Só pelo amor
penetra no seu ser
na sua razão de
ser
aprende a amar
e a sofrer
Só pelo amor
desta arte
vai o homem
a toda parte
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