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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Espiritualidade rima com eternidade



Espiritualidade
rima
com eternidade

A minha
está-me na massa do sangue
é eflúvio de amor
o que de mais humano existe

Mamei-a no seio de minha mãe
bebo-a na água da fonte
aspiro-a no ar das montanhas
vejo-a espelhada
além
no horizonte

O luar a pinta
na minha pele

A luz cintilante
da estrela que brilha
distante
grava-a na minha mente

Desperta-a
a angústia que dentro de mim
ferve
reluzente

Por isso a minha poesia
é sol e sombra
da minha alegria


terça-feira, 18 de junho de 2013

Introdução ao amor digital



Há agora um novo modo de amar
de fazer amor à distância
de forma interactiva
e iterativa
sem contacto corporal
em formato digital
virtualmente virtual

Uma nova técnica de amar
em que os dedos da mão
são usados para teclar
e mover o rato
não para afagar os cabelos
tactear o corpo
ou sentir o bater do coração

Muito menos para titilar o clítoris
ou os lábios
como na forma de fazer amor convencional
analógica
animal

É amor cibernético
electrónico
“Webico”
“Internético”
que nos põe a voar por sobre os oceanos
planeta fora
cosmos além

Numa fantasia surreal
sem mal ou bem
que excita o corpo e o espírito
de forma informal

Mais facilmente os amantes se desnudam
à frente do monitor
se aproximam ou afastam ainda mais
sem condição
rompem as regras sociais
cometem a traição
virtualmente
sem causar dor

Mas…
Que poderá dar este amor
sem constrição
para que seja um amar de verdade?

…Tudo o que cada um tiver
para dar
em seu coração.

Vale de Salgueiro, 3 de Dezembro de 2007

Henrique António Pedro

domingo, 16 de junho de 2013

A Poesia é a coisa mais reles que existe




Não dorme
não come
não descansa
dança noite e dia
passa de mão em mão
num permanente afobo
vai para a cama com toda a gente
e anda na boca do povo

Então agora com esta coisa de Internet
é um desaforo
é demais

A coisa mais reles que existe
é a poesia

A toda a hora ela aí está
a saltar de continente
para cá e para lá
entre portugueses e brasileiros
e outros forasteiros
tudo gente demente

Tenham dó!

São milhares que se envolvem
com as poesias
e se entregam a confidências
dislates
disparates
até a traições matrimoniais, vejam só!
E a outras tantas fantasias

É demais!
A coisa mais reles que existe
é a poesia

Se a poesia fosse mulher

eu casava com ela

sábado, 15 de junho de 2013

É o fim do mundo?



Dizem que o fim do mundo está para breve

que começará lá pelo Oriente

onde a gente é mais impenitente

e vive apenas para trabalhar

 

Nós por cá

por terras do ocidente

teremos nesse ínterim

um certo tempo adicional

para nosso bem ou nosso mal

 

O fim do mundo chegará aqui

ainda assim

com um certo atraso

ao acaso

 

Previamente alertados os ocidentais

terão tempo para reflectir

e decidir ou não fugir

e para onde

ao acaso

 

O tempo suficiente

para evitarem o pior

e muita gente se salvar

 

Será o fim do mundo?

O fim de muita gente demente

será

certamente

 

Aqui deixo este ilógico

aviso escatológico

que só deverá ser tido em conta

quando já nada de monta

houver a perder

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 24 de Junho de 2010

Henrique António Pedro

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A irrelevância de Deus



(In Introdução à Eternidade-1.ª Edição, Outubro de 2013)


Existir ou não existir

Deus

ser ou não ser

sob que condição for

tenha que forma tiver

não é para mim

a questão maior

 

No meu humilde entender

é irrelevante

até

se assim se quiser

 

Deus pode dar-Se ao registo

de nem O ser sequer

para salvar a Humanidade

como se viu em Jesus Cristo

 

Tanto assim é de verdade

que deixa Deus ao pensar esdrúxulo

ao livre arbítrio de cada um

Nele acreditar

ou não

crer

 

Não deixa porém

de nos apontar o caminho

para que sejamos nós a determinar

o nosso próprio destino

e Nele nos transformar

também

 

Dá-nos a matéria para tanto

que é o Amor

 

O método

que é o Bem

 

E o cadinho

que é a Dor

 

Este é o tripé de toda a Fé

 

Vale de Salgueiro, sábado, 17 de Julho de 2013

Henrique António Pedro

 

 

 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Rio Atlântico



Outrora foi um mar
o oceano Atlântico

Que as caravelas ousaram devassar
para pescar
saudade

Agora é um rio
de fantasia

Em cujas margens há poetas a pescar
poesia
e a acenar
Amizade

Um rio florido
de letras
rosas e violetas
de poemas
de todo o ano

Agora é um cântico
um oceano
um mar
o rio Atlântico

Que os poetas a toda a hora
ousam atravessar

tão só para se abraçar