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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O espelho da alma

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Percorro montes e vales

campos e cidades

à procura de um espelho

em que me possa ver

 

Encontro lagos

maciços gelados

edifícios espelhados

vidros de cristal

 

Apenas vejo imagens

miragens de mim

mil meias verdades

sombras do meu ser

 

Só posso ver o meu rosto

num espelho que o reflicta

à luz do dia

que o escuro repele

 

Só poderei ver o meu espírito

no espelho de Deus

que o revele

à luz do amor

que o concita

 

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Quando o coração arde de amor sem se consumir

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Quando o coração arde de amor

sem se consumir

e aquece

sem queimar

e ilumina

sem ofuscar

 

Então…

 

A mente dispensa a matemática

para bem entender

a poesia não precisa de gramática

nem de rimar

os olhos não carecem de luz

para ver

à boca não falta o pão

para comer

e matar a fome

a paz não precisa de guerra

para se afirmar

e ninguém tem que matar

para sobreviver

 

Quando o coração arde de amor

e se não consome

jamais a paixão será ilusão

e nada na vida

é para esquecer

 

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domingo, 21 de outubro de 2012

SÓ A TUA PRESENÇA FARÁ QUE EU DE TI ME ESQUEÇA


Agora que partiste

e me deixaste afogado em saudade

 

Agora que não te tenho de verdade

ao pé de mim

tudo me fala de ti

e não deixa que eu te esqueça

 

Cada flor que sorri

cada ave que chilreia

cada criança que ri

as águas do rio que se precipitam fragorosas no açude

o sol que incendeia

a lua que se desnuda

e julga que com o luar me ilude

 

Tudo martela o teu nome nos meus ouvidos

aviva a sua lembrança na minha mente

e rasga o afecto que te vota o meu coração demente

e que reparte por todos os sentidos

 

Se a fome me desperta

se o cansaço me toma

se me assalta o desejo

é em ti que penso

 

Como poderei esquecer-te se tudo em meu redor

dentro de mim grita por ti?

 

Acaso posso abafar o vento

silenciar as aves

calar as crianças

apagar as estrelas

secar as flores

matar a saudade que me consome por dentro?

 

Volta!

regressa

se pretendes que eu de ti me esqueça

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 3 de Abril de 2009

Henrique António Pedro

 

Leia mais no link seguinte:

 

https://henriquepedro.blogspot.com/2024/07/so-tua-presenca-fara-eu-que-te-esqueca.html

 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pedro, pedreiro de poemas

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Arranca o poeta uma ideia

cheia

tamanha

da montanha da inspiração

 

Uma pedra

de angústia

dor

amor

ou saudade

 

Um penedo

de coragem

medo

ou desilusão

 

Olha-a na perspectiva da verdade

burila-a com os olhos e os ouvidos

afina-lhe a imagem

com os cinco sentidos

 

Martela-a com o coração

afeiçoa-lhe o metro e a rima

adoça-lhe a entoação

e doura-a de fantasia

 

Assim o poeta compõe

uma peça de poesia

que expõe

ao olhar

da multidão

 

Na ideia de que será digna de figurar

numa antologia

paradigma de criação

 

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Levanto-me e caminho…

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Sozinho

levanto-me e caminho

levado pelo vento

da verdade

que sopra de todo o lado

a todo o tempo

 

Paixão que me assola

saudade que me consola

milagre que já tarde

tarda

 

Absorto na lembrança do futuro

no desejo imaturo

de ser feliz

 

Abjuro o poder

anelo a glória

agarro-me à raiz

recuso ir-me embora

 

Vou andar por aí

mundo fora

ficar por aqui

ao lado dos meus

 

Caminhando por mim a dentro

para onde mais forte sopra o vento

na procura de Deus

 

O Cosmos é o meu Templo

 

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sábado, 13 de outubro de 2012

ROSAS PERMANENTES







A quinze de Outubro

dia do teu aniversário

caminharemos mais uma vez de mãos dadas

gozando os derradeiros raios de sol do dia

que inunda todo o espaço com poesia

neste mês de Brumário

 

Rosas remanescente das roseiras raras

que trataste com enlevo na Primavera

continuam a “rosir” iluminando de cor os canteiros

como se fossem sorrisos permanentes

 

A lembrar-nos que a vida será um amor eterno

se assim quisermos

mesmo que saibamos que já não somos adolescentes

e que caminhamos para o Inverno

 

Quando já as romãs sorriem de contentamento

desafiando os ouriços nos castanheiros

e só os pinheiros e as oliveiras continuam folheadas

porque o seu verde é perene

 

Todas as demais árvores

já se despedem das folhas amarelecidas

sem lamento

entristecidas de tristeza estreme

porque em breve serão despidas pelo vento

 

Como os diospireiros surreais já completamente desnudados

feericamente emoldurados de vistosos dióspiros

encarnados

carnais

condenados a apodrecer dilacerados pelos pardais

como se fossem inconsequentes suspiros

dependurados ao tempo

teimando em não morrer

 

Eu quero que estes efémeros momentos

de amor aberto e suave alegria

fiquem melhor registados que numa máquina fotográfica

ou numa câmara de cinema

 

Prefiro gravá-los em poema

porque o dom da benquista poesia

para lá da imagem e do som

melhor regista

 eternos afectos e sentimentos

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 6 de Outubro de 2008

Henrique António Pedro