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domingo, 13 de abril de 2025

Que fazer com tanta poesia?!


Que fazer com os milhares de poemas prazenteiros

que colho das árvores

nos campos e nos canteiros

como flores coloridas que florescem atrevidas

pela Primavera?!

 

Deixar que o vento os leve

como folhas soltas

libertas da árvore mãe

e que rodopiando

bailando ao som do tempo

voem

voem

mais e mais além?!

 

Sim

porque não!

 

Continuar a escrever

assim a me soltar

e a me prender

enquanto houver poesia

e poemas para desprender

 

Pingos de amor e de alegria

sons de nostalgia

ecos de fantasia

que perfumem

alegrem

e adocem o viver

 

O meu

e de quem me ler

poderá ser

 

Vale de Salgueiro, sábado, 7 de Novembro de 2009

Henrique António Pedro

 

 

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Amo-a, mas não gosto dela.


Amo-a

com enlevo

mais do que devo

ainda assim lhe digo que não gosto dela

embora seja ela muito bela

 

Gostava, isso sim

que ela fosse diferente

e a mim me fosse indiferente

 

Gostava de a amar e dela gostar

tal como ela é e como ela quer, mas…

… sinceramente

eu não gosto dela!

 

Diz-me ela que não há mas nem meio mas

que é meu puro engano

ou eu a amo e gosto dela

assim como ela é

ou não amo

e a desgosto

 

Saber que a amo, mas não gosto dela

e que assim sendo

como espero

a ela não lhe gosto

e que tonto

não reclamo

também é meu desgosto

 

Amo-a, pronto

mas não gosto dela

muito menos a quero

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 5 de Novembro de 2010

Henrique António Pedro

 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

A vida é o que é a morte é que não



A vida nem sempre é assim tão triste

 

Tem momentos de alegria

 e de tristeza

 

Dias de beleza

em que amamos e rimos

e que melhor nos sentimos

 

Outros em que choramos

e outros ainda em que…

ia a dizer odiamos…

…mas que palavra obscena!

 

Também há momentos em que a vida

é bem mais amena

e outros mais agitada

descontrolada

 

A nossa vida é o que é

se vivida com fé

 

Ora triste

ora alegre

assim, assim

outro não

outrossim

 

Como o tempo que ora faz sol

ora chove ou troveja

quando se não deseja

 

A vida é sobretudo breve

ainda que não seja leve

antes seja fria como a neve

 

Por isso a felicidade será

aquilo que se quiser que seja

desde que mais dure

na sua finitude

 

A vida é o que é

a morte é que não

não é nada não

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 19 de Dezembro de 2008

Henrique António Pedro

 

domingo, 6 de abril de 2025

Uma curva do meu caminho

 


(in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016))

Naquela curva do caminho

da colina onde moro

aprendi a andar

a tropeçar

a cair

e a me levantar

 

A subir

para contemplar o vale

de cima

 

A descer

para debaixo

ver o cume 

 

E a mudar de direcção

para incólume

poder

seguir adiante

 

Agora

que já me não dá prazer

subir ou descer

a correr

esfusiante

como quando menino

apraz-me, contudo, parar a meio

 

Para pensar

repensar

e respirar

em ar aberto

para repor o coração

a bater certo

em seu anseio

 

Naquela curva do meu caminho

uma simples volta na ladeira

da colina onde moro

 

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 31 de Dezembro de 2010

Henrique António Pedro

 

 

 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

É sempre de si que o poeta fala



Quando chora ou ri

 

Quando cala

ou canta a dor

ou exalta o amor

 

Quando se angustia

e abre a mente à fantasia

 

Quando vitupera a mentira e a guerra

e reclama a paz para a Terra

 

Quando uiva de saudade

 

Quando põe a nu a verdade

e denuncia a falsidade

 

Ou quando se dá ao desfrute

de nada dizer

em rima exaltada

 

É sempre de si

que o poeta fala

 

Mesmo quando de si

nada diz

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 2 de Setembro de 2008

Henrique António Pedro

 

segunda-feira, 31 de março de 2025

O poder e a glória que tenho já me chega



Tudo que em nosso redor tem cor

som

vida

luz

beleza

nos glorifica

e anima

 

O vento

o mar

os rios

as montanhas

a Natureza

o Sol

e a Lua

criou-as o Criador

para nos iluminar em cada dia


A mim o poder de amar a quem amo

já me chega

 

A glória de ser amado por quem me ama

já me basta

 

Não quero mais

tão pouco ter o mundo a meus pés

ao invés de ser o que sou

e de estar onde estou

 

Dispenso a vaidade e a fama

 

Todo o meu poder e glória é poesia

é a alegria do amor

em louvor do Criador

 

Vale de Salgueiro, sábado, 15 de Maio de 2010

Henrique António Pedro